O salário mínimo e o custo da cesta básica: a conta que não fecha
Ana Cláudia Alvarenga, Brunna Rosas e Laís Marques
No Brasil, a cada reajuste do salário mínimo, surge o questionamento sobre sua capacidade de sustentar uma família. Em 2025, o salário mínimo foi fixado em R$1.518, um valor que, apesar de representar um aumento em relação ao ano anterior, ainda não está de acordo com o custo de vida. Se pegarmos como exemplo o custo da cesta básica em Belo Horizonte — que, mesmo com os preços nas alturas, não é a cidade mais cara — o valor da cesta de alimentos na capital mineira ultrapassa os R$ 700, chegando a aproximadamente R$ 750. Ou seja, quase 50% do salário mínimo é consumido apenas na compra de uma cesta básica.
Mas e os outros gastos? Moradia, transporte, contas de luz e água, vestuário, saúde e educação não entram nesta conta, mas pesam cada dia mais no bolso do trabalhador. Segundo o Dieese, o salário mínimo ideal para atender todas as necessidades básicas de uma família de quatro pessoas deveria ser maior que R$7.000, ou seja, quase cinco vezes o oficial.
Infelizmente, a realidade é outra e mostra um abismo entre o que se ganha e o que se gasta. Para muitos brasileiros, o orçamento mensal pode se tornar sinônimo de indecisão. Afinal, o que priorizar? Alimentação ou aluguel? Transporte ou remédios? O salário mínimo, que deveria garantir o básico, está longe de cumprir essa finalidade.
A solução está longe de chegar, todos nós sabemos. Na tentativa de minimizar os danos, alguns projetos são feitos: como a entrega de cestas básicas nos períodos de férias escolares para os estudantes em situação de vulnerabilidade social. Mas, ainda assim, pode ser muito pouco para quem precisa de tanto. Então, qual seria a solução? Ainda não sabemos, mas por enquanto fica apenas no sonho, um salário mínimo que atenda às necessidades básicas da população.
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