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Edição Jornalística – PUC Minas

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Instituto Dom Quixote e o protagonismo juvenil

por Ana Luísa Belo e Bruno Carvalho

“Como as pessoas só se mobilizam em datas específicas do ano, né? Natal, inverno, Dia das Crianças etc”. Foi a partir desse questionamento que surgiu uma ideia inovadora: em 26 de dezembro de 2016, era criado o Instituto Dom Quixote.

Uma das curiosidades sobre o Instituto é quem está por trás dele. João Vitor Aquino tem 22 anos, nasceu em Divinópolis, Minas Gerais, e atualmente mora em Belo Horizonte. Além de cursar Direito, vem atingindo milhares de pessoas com um projeto admirável: o Instituto Dom Quixote, do qual ele é fundador e presidente. Em 2016, com apenas 18 anos, Aquino e sua irmã Ana Paula estavam tendo uma conversa sobre como as pessoas se juntam em datas específicas do ano para promover o bem e ajudar o próximo. Foi nesse momento que ele fez a seguinte reflexão: “Por que as pessoas sempre se mobilizam para ajudar as outras somente em datas específicas?” Foi a partir daí que ele sentiu a necessidade de criar um projeto que ajudasse as pessoas durante todo o ano.

O nome do projeto foi escolhido devido ao método de Dom Quixote, que consiste em visualizar um problema, se dirigir até ele e procurar solucioná-lo, e não torná-lo mais difícil de ser resolvido. Por mais que um problema possa parecer absurdo, dá para simplificar e resolver. “Vai lá e faz, se não der certo pelo menos você tentou”, afirma João Vitor.

Dentre os projetos que o Instituto já desenvolveu, destacam-se os de reformas de escolas e espaços públicos, venda de livros a preços acessíveis, e distribuição de roupas, agasalhos e refeições para os mais necessitados. Além disso, o Instituto oferece a realização de consultorias em marketing, gestão, finanças e RH para que instituições como creches, asilos e comércios parceiros possam se fortalecer e acompanhar os avanços tecnológicos. Esses projetos acontecem em Divinópolis e Belo Horizonte. No início, o IDQ contava com a ajuda de apenas três pessoas, hoje já são 48, fora os voluntários externos, que já somam 3500, os quais ajudam quando a demanda é maior. Todos jovens tocados pela ideia do projeto, ajudam sem receber nada em troca, apenas com o intuito de promover o bem.

Equipe de voluntários internos de Belo Horizonte

Projeto Lupa e De Casa Para Casa

Com a pandemia do coronavírus, o IDQ teve que interromper alguns de seus projetos. Entretanto, outros foram criados pensando nos impactos causados por ela. É o caso do Lupa, um espaço de aprendizado compartilhado que tem como objetivo proporcionar uma preparação para o Enem para estudantes de escolas públicas das cidades de Divinópolis e Belo Horizonte.

Os espaços educativos são desenvolvidos para que os alunos se sintam confortáveis compartilhando experiências sobre temas variados, a partir de discussões acerca de conteúdos culturais, como filmes, livros e músicas, disponibilizados pelo Instituto. Esses encontros são mediados por profissionais da educação e da psicologia, visando ampliar a bagagem cultural e crítica desses jovens. 

O intuito do Lupa é construir uma educação inclusiva, transformadora e crítica, preparando os alunos para a realização do exame, e também agregar ao repertório sociocultural desses estudantes. As Rodas de Partilha, como são chamados os encontros mensais, são acessíveis para deficientes auditivos e ocorrem virtualmente, em decorrência da pandemia.

Outro projeto criado diante do contexto em que estamos inseridos foi o De Casa Para Casa. O projeto busca viabilizar bens básicos de consumo a 45 famílias em situação de vulnerabilidade e que foram extremamente impactadas pela pandemia. Essas famílias foram mapeadas por líderes comunitários, em todo estado de Minas Gerais, e contam com o suporte do IDQ.

A missão do Instituto é revolucionar a forma como pessoas
e organizações geram impacto social no Brasil.

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