Mesmo à distância, alunos de Jornalismo Econômico fazem boas análises sobre o cenário em tempos de pandemia
Turma do 5º período de Jornalismo – PUC Minas Coração Eucarístico
Por força da pandemia do novo coronavírus, alunos da disciplina Jornalismo Econômico, ministrada pelo professor Getúlio Neuremberg, tiveram que entrar em regime letivo remoto a partir de 16 de março. A PUC Minas migrou todas as aulas para a plataforma Canvas, onde as interações passaram a ser feitas.
A primeira atividade desenvolvida em aulas virtuais foi a análise de conteúdo no jornalismo econômico, com base em artigo de mesmo nome da autora Maria Lúcia Jacobini. A partir desse texto, os estudantes realizaram um exercício individual de fixação de conteúdo e a apresentação em grupo de monitoramento de notícias sobre economia em veículos de comunicação de diferentes plataformas, durante uma semana.
“Acho que o trabalho foi bem interessante, pois conseguimos avaliar o posicionamento dos veículos de forma crítica e também nos informarmos de diferentes formas nesse período, que acabou sendo marcado por muitas matérias sobre a pandemia também”, avalia a aluna Nathália Farnetti, integrante do grupo que analisou as publicações do jornal El País Brasil.
Na sequência, o texto de Bernardo Kucinski voltado para jornalistas e economistas sobre como interpretar o balanço de pagamentos foi a fonte para a realização de um estudo dirigido, com três questões norteadoras da discussão. Segundo o professor Getúlio Neuremberg, o principal objetivo da atividade foi desmistificar a crença de que é sempre positivo um país obter superávit no saldo da balança comercial entre exportações e importações. O autor Kucinski critica a imprensa e economistas, pois, em países periféricos como o Brasil, o estímulo à exportações revela uma dependência de produtos primários (commodities) desde o período colonial.
O professor avalia que essas discussões alimentaram a produção de podcasts de economia, produzidos logo depois do estudo dirigido. Um dos 12 podcasts produzidos foi do trio Bruna Alvarenga, Igor Henrique e Maria Isabel, com o nome de BH Empreendedora.
Enquanto a turma produzia os podcasts, o conetúdo trabalhado até então em Jornalismo Econômico foi objeto de questões levadas à economista Rita Mundim em uma live promovida pela disciplina. A atividade foi realizada conjuntamente com a professora Iara Franco, que ministra Produção e Edição em Áudio.
A entrevista virtual foi conduzida em formato de programa de rádio, dinâmica que recebeu o nome de Vozes do Rádio, atividade que a professora Iara realiza em todo semestre com a turma do 5º período. O roteiro foi elaborado e apresentado pelos alunos Giovanna Duarte, Marina Vidal, Carla Abreu e Lucas Mendes. Marina Vidal fez uma avaliação técnica sobre a experiência da entrevista em ambiente virtual:
“Eu achei que a videoconferência permitiu ver as reações da Rita, e como ela estava em casa, foi mais leve e parece que ela estava mais confortável, diferente de quando faz entrevista, que tem que gravar, ajustar luz, câmera, microfone, ai acho que fica meio forçado”.
Ao longo das aulas, os alunos tiveram a oportunidade de repercutir assuntos do quotidiano da economia brasileira. As falas do presidente da República, Jair Bolsonaro, durante a pandemia não poderiam ficar de fora. Além de insistir na retomada da economia em detrimento do isolamento social, Bolsonaro comprou uma briga com governadores, principalmente os de São Paulo, João Doria, e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel.
Não foram só as declarações quase diárias de Bolsonaro que causaram polêmica, como a dita no dia 29 de abril: ” E daí, o que posso fazer? Sou Messias, mas não faço milagres”, disse o presidente quando questionado sobre o Brasil ter chegado a mais de 5 mil mortes, ultrapassando a China.
O ex-presidente Lula também fez uma declaração sobre o coronavírus que causou espanto, e motivou um pedido de desculpas nas redes sociais:
As atividades da disciplina Jornalismo Econômico serão encerradas com a publicação neste site de reportagens sobre o cenário economico, com assuntos de escolha livre dos seus produtores.