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Edição Jornalística – PUC Minas

Economia

Preço da carne aumenta: entenda o contexto

Por Bruna Leão, Rayra Xavier e Bárbara Bento

No mês de setembro, os brasileiros foram pegos de surpresa quando foram comprar carne bovina. De acordo com a pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), nos últimos três meses o contrafilé registrou um aumento de aproximadamente 50%, o coxão mole, de 46%.

Ainda nesta semana a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que as exportações para a China foram um dos principais fatores para a valorização da carne, além do reajuste nos preços nos últimos três anos.

Mas o que a China tem a ver com essa situação? Entenda o contexto:

De acordo com a associação que representa os frigoríficos (Abrafrigo), o número de exportações para China (+110%) e Emirados Árabes (+175%) cresceu exponencialmente nos últimos dois meses. Um dos principais fatores que contribuíram para esse aumento da exportação para a China é a peste suína africana, que causou escassez em uma das principais carnes consumidas no país, a de porco. Mais de 7,5 milhões de animais em toda a Ásia foram mortos este ano. Consequentemente, o governo chinês começou a buscar todos os tipos de carne, e encontrou o Brasil como um grande fornecedor.

Outro fator importante que deve ser levado em consideração quando falamos de exportação é o dólar, que acaba deixando as vendas para o exterior ainda mais lucrativas. Desde outubro, a cotação do dólar vem subindo consideravelmente, o que acaba chamando atenção dos empresários.

É importante ressaltar, que a China não tem procurado o produto nos Estados Unidos pois desde o começo de 2018 vem acontecendo uma Guerra Comercial entre os chineses e os americanos. Segundo o relatório anual de 2018 divulgado pelo Perfil de Pecuária no Brasil, o país é o maior produtor de carne bovina e o principal exportador mundial.

Inflação em 2020 deve começar elevada

Se engana quem acredita que a alta ficará somente no mercado frigorifico. De acordo com avaliação de economistas, alguns produtos agrícolas devem sofrer alta, como por exemplo o feijão, que até metade deste mês subiu 38,1%, o que colabora para a escalada da inflação.

Em nota, o Ministério da Agricultura afirma: “Não é papel do Ministério intervir nas relações de mercado. Os preços são regidos pela oferta e procura. Neste momento, o mercado está sinalizando que os preços da carne bovina, que estavam deprimidos, mudaram de patamar”.

Créditos foto: Freeimages

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