As cinco músicas que mudaram o mundo
Por Edson Costa e Raíssa de Oliveira
Nos últimos dias, a internet foi dominada por um improvável hit musical, a canção “Caneta Azul” caiu no gosto da população brasileira. A música sobre uma caneta perdida pelo autor numa escola já conquistou mais de 10 milhões de visualizações no YouTube desde seu lançamento, no dia 18 de outubro.
Na era da internet, é muito comum músicas lançadas em redes sociais que caem no gosto popular e se tornam o mais novo chiclete da parada. As composições são permeadas de versos engraçados ou rimas que, ao ouvir, grudam na mente e você se lembrará dela pelos próximos dias.
Todos os dias o setor musical lança centenas de músicas novas. Em um mercado concorrido como esse, é preciso inovar, mas sempre mantendo a linha do que realmente faz sucesso. Esses “hits chiclete” vêm e vão da mesma forma repentina que surgem, dando lugar a uma nova música lançada no momento. As canções de sucesso, hoje em dia, são produzidas principalmente para vender e entreter o ouvinte.
Historicamente, em um mundo não dominado pela internet, as composições eram verdadeiras formas de protesto. As letras eram cercadas de significados, muitas vezes por metáforas. No Brasil da ditadura, grandes nomes da música como Caetano Veloso, Raul Seixas, Chico Buarque, Gilberto Gil, Rita Lee, entre outros, usavam suas letras como expressão e protesto contra o regime militar, por isso muitas canções eram censuradas e alguns cantores chegaram a ser exilados do país.
As músicas também eram usadas como forma de se fazer o bem. A canção We Are The World, idealizada e composta por Michael Jackson e Lionel Richie, gravada em 1985 e entoada por 45 dos maiores nomes da música norte-americana, tinha como objetivo arrecadar fundos para o combate à fome no continente africano.
O mercado musical está em constante mudança, mas talvez a maior delas tenha sido a troca do significado que as canções tinham e têm hoje. Não podemos generalizar, muitas músicas ainda contêm letras que fazem analogia a alguma situação vivida pela população. Mas, hoje, os chamados “hits” nem sempre apresentam versos capazes de mudar a realidade de uma sociedade. Podemos definir que o conceito de música de sucesso, hoje, é diferente dos tempos antigos.
Baseado nesse histórico, apresentamos abaixo cinco músicas que foram sucesso e marcaram de alguma forma a sociedade no Brasil e/ou no mundo. Canções eternizadas e lembradas até hoje.
We Are The World – Michael Jackson e Lionel Richie
A década de 80 foi uma das mais ricas musicalmente, com letras de um significado profundo, com baladas românticas que marcaram gerações, e com o crescimento de um rock político no cenário mundial.
Uma das músicas mais marcantes, que até hoje está na memória até dos nascidos após os anos 2000, é We Are The World, lançada em 1985 por vários artistas. A música fez parte do projeto inglês Band Aid, que arrecadava fundos para pobres da Etiópia.
A canção, um marco naquele ano, foi lançada no dia 7 de março e tornou-se um hit em rádios de todo o mundo, bem como seu clipe. A arrecadação final do projeto chegou aos 60 milhões de dólares. A música reuniu 45 astros que estavam no auge na época, dentre eles destacaram-se: Michael Jackson, Lionel Richie, Tina Turner, Bruce Springsteen, Bob Dylan, Cyndi Lauper, Diana Ross, Ray Charles, Stevie Wonder.
A música conseguiu vender mais de 20 milhões de discos no mundo todo e ganhou três prêmios Grammy no ano seguinte. A energia rapidamente se expandiu de Los Angeles para o resto do mundo. Pessoas de diferentes idiomas e lugares se inspiraram em uma onda de ativismo que movimentou tudo. Não poderiam saber que, 30 anos depois, suas ações teriam ajudado a impulsionar a mudança no mundo.
Thriller – Michael Jackson
Não é à toa que Michael Jackson é considerado o Rei do Pop. Seu nome é repetido diversas vezes quando falamos de músicas que marcaram. Trinta e cinco anos depois de sua estreia, o videoclipe Thriller continua sendo uma referência histórica para a música, um ponto de mudança nas produções audiovisuais do pop.
Graças a espetaculares efeitos especiais, uma coreografia bastante recordada e imitada, além de um ambicioso enredo, Thriller prestava uma homenagem a mitos do terror, como zumbis e lobisomens em um videoclipe de 12 minutos de duração.
Além disso, o clipe foi incluído em 2009 no Registro Nacional de Cinema da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, por ser considerado o “vídeo musical mais famoso” da história.
Imagine – John Lennon
Extremamente popular, a canção Imagine, escrita e interpretada por John Lennon, em 1971, foi o single mais vendido de sua carreira solo. A letra de Imagine é considerada o maior Hino pela Paz de todos os tempos.
Segundo o livro British Hit Singles & Albums, a canção já vendeu mais de 1,6 milhão de cópias no Reino Unido, que alcançou o primeiro lugar após a morte de Lennon em dezembro de 1980.
Sunday Bloody Sunday – U2
A banda irlandesa U2 é uma das que até hoje contribuem para a movimentação do ativismo político. Em 1983, o grupo estreou a música Sunday Bloody Sunday, um absoluto sucesso.
A letra descreve o horror do “Domingo Sangrento” em Derry, na Irlanda do Norte, ocorrido no dia 30 de janeiro de 1972, quando tropas britânicas atiraram e mataram manifestantes de direitos civis.
Like a Prayer – Madonna
Outra cantora que marcou – e ainda marca a história do mundo musical -, é uma das mulheres mais influentes do século, segundo a revista Time: Madonna.
Já consolidada na indústria fonográfica, Madonna lançou em 1989 Like a Prayer, uma das músicas que mais incomodaram a Igreja Católica.
Com um videoclipe um coro de uma Igreja, cruzes queimando, é um beijo em um santo negro, o mundo se apaixonou e se revoltou com Madonna. Em sua letra e na composição de seu videoclipe, a cantora representa o contexto de uma sociedade que gritava por liberdade, mas ainda estava presa a amarras para lá de tradicionais e longe de pensar em questioná-las.
I Will Always Love You – Whitney Houston
A legendária Whitney Houston é responsável por uma das interpretações mais memoráveis da história na canção I Will Always Love You, gravada pela cantora em 1992 – a versão original da música foi gravada por Dolly Parton em 1974.
Incluída na trilha sonora do filme “O Guarda-costas”, a música foi considerada uma das mais românticas da história em pesquisa popular realizada pela empresa Harris Interactive, nos Estados Unidos, em 2013.