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Edição Jornalística – PUC Minas

Saúde

Minas Gerais registra 5 mortes por dengue em 2025

Ana Brisa Reis, Caio Reis de Abreu, João Pedro Rodrigues Hauck, Katia Torres

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), por meio do Painel de Monitoramento das Arboviroses, confirmou hoje a quinta morte por dengue no estado. Até o momento, quatro dos cinco óbitos estão concentrados na região do Triângulo Mineiro, nas cidades de Iturama, Itapagipe, Uberaba e Uberlândia. As altas temperaturas, umidade e pancadas de chuva típicas do verão criam o cenário ideal para a proliferação do mosquito transmissor da dengue.

 Com objetivo de ampliar a cobertura vacinal e evitar o desperdício de doses, o Ministério da Saúde ampliou a proteção contra a dengue, anunciando novas diretrizes para a aplicação das vacinas que estão próximas à data de vencimento.


Implementação

A expansão do público-alvo considerará a disponibilidade de doses e a situação epidemiológica de cada localidade. Estados e municípios devem informar o Ministério sobre a implementação desta estratégia temporária.

O Ministério da Saúde reporta que 6,5 milhões de doses foram enviadas aos estados e municípios em 2024, destes, apenas 3,8 milhões foram aplicadas, sendo que aproximadamente 1,3 milhão de jovens não retornaram para a segunda dose. 

A capital mineira enfrenta um cenário diferente em comparação com o ano anterior. Eduardo Viana Vieira Gusmão, diretor de Zoonoses na Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, fornece uma atualização sobre a situação: “Até o dia 13 de fevereiro já foram confirmados 116 casos de dengue. Uma situação muito diferente de 2024, onde a gente fechou o ano com mais de 218.000 casos e 130 óbitos,” afirma Gusmão.

Gusmão ainda detalha ações preventivas: “Uma das rotinas empregadas é a realização de vistorias em todos os imóveis do município. A gente sempre solicita para que a população receba o agente, que é identificado com crachá funcional e usa um uniforme com o brasão da prefeitura.”

O papel de todos nós, tanto a prefeitura quanto a população, é fundamental nesse momento. A vigilância e atuação proativa no sentido de eliminar qualquer local onde o mosquito possa ter acesso à água parada, principalmente nessa época onde a gente tem chuvas e o aumento da temperatura, é fundamental para que a gente reduza a quantidade de mosquitos Aedes aegypti no município. >>Eduardo Gusmão

É possível denunciar casos de irregularidade ou risco em relação ao acúmulo de água em algum imóvel próximo, inclusive de forma anônima, para que as equipes possam ir ao local e fazer a verificação do risco e a necessária intervenção.  Os registros devem ser feitos nos canais oficiais do município: o Portal de Serviços, aplicativo ou pelo número 156. O prazo para atendimento da solicitação varia de acordo com as ações de rotina já programadas pelas equipes.

 A Secretaria Municipal de Saúde mantém sua campanha de vacinação para crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, com doses disponíveis em várias unidades de saúde da cidade. Para a vacinação, é necessária a presença dos pais, mães ou responsáveis legais, além da apresentação de documento de identificação com foto, CPF, comprovante de endereço residencial em Belo Horizonte e cartão de vacinação.

Vale do Jequitinhonha

O Vale do Jequitinhonha, região que abrange aproximadamente 31 cidades no nordeste de Minas Gerais, apresenta uma aparente redução nos casos de dengue em 2025. Os números revelam uma mudança no cenário epidemiológico da região.

É importante ressaltar que, até o momento, a vacina contra a dengue ainda não chegou aos municípios do Vale do Jequitinhonha. Esta informação pode indicar a eficácia das medidas preventivas e de controle implementadas na região, mesmo sem o auxílio da imunização

A significativa redução nos casos e a ausência de óbitos até o momento em 2025 são indicativos positivos, mas as autoridades de saúde enfatizam a necessidade de manter a vigilância e as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti.

Coronel Murta e Araçuaí

A cidade de Coronel Murta, no Vale do Jequitinhonha, também apresenta uma evolução positiva em relação aos casos de dengue. Tales Seixas, coordenador de vigilância epidemiológica do município, oferece uma perspectiva local:  “A situação hoje está bem diferente pois os casos estão em queda. Pelo menos as pessoas, em sua maioria, não estão buscando o posto por causa de dengue,” afirma Seixas.

Esta cidade, com menos de 10 mil habitantes, em 2024 foi assolada por 145 casos de dengue, registrando dois óbitos. Em 2025 não há registros nem de casos e nem de óbitos. No entanto, ele alerta para a possibilidade de subnotificação: “Pode estar acontecendo de as pessoas terem sintomas mais leves e por isso não procurem o posto de saúde.”

A cidade de Araçuaí, também no Vale do Jequitinhonha também apresenta uma melhora significativa em relação ao ano anterior. Foram 2.557 casos confirmados de dengue em 2024, com um caso de óbito. Em 2025 até o momento não houve nem caso confirmado e nem óbito.

Estas informações ressaltam a variabilidade da incidência da dengue entre diferentes municípios e a importância de manter as medidas preventivas mesmo em períodos de baixa ocorrência da doença.

Acabo de participar de uma reunião onde falávamos, justamente, sobre o surto da dengue em 2024 aqui na cidade, com muitas internações. A situação hoje está bem diferente pois os casos estão em queda. >>Tales Seixas

Laressa Murta, que trabalha na equipe da saúde, destaca as ações preventivas planejadas para a cidade: “No sábado próximo haverá o dia ‘D’, uma mobilização tanto na zona urbana quanto rural, usando carro de som, barraca na praça, dentre outras ações.”

Divulgação do combate à dengue em Cel Murta – Fonte: Laressa Murta
Laressa Murta explica sobre a eficácia do mutirão em Cel Murta

Histórico da Vacinação

O Brasil foi pioneiro na oferta do imunizante no sistema público universal. A vacinação iniciou em fevereiro de 2024 em 315 municípios, expandindo para 1.921 municípios atualmente.

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) reforça a importância da vacinação e das medidas preventivas contra a dengue, como a eliminação de focos do mosquito Aedes aegypti, especialmente diante das condições climáticas favoráveis à proliferação do vetor.

Rodrigo Ramos, 20 anos, estudante, vítima da dengue

As experiências diversas em municípios como Belo Horizonte, Coronel Murta, Araçuaí e na região do Vale do Jequitinhonha demonstram a complexidade do combate à dengue e a importância de estratégias adaptadas às realidades locais.

À medida que a campanha de vacinação avança e as medidas preventivas se intensificam, espera-se que Minas Gerais continue a ver uma redução nos casos de dengue em todo o estado.

Divulgação da PBH em combate à dengue em Belo Horizonte

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