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Edição Jornalística – PUC Minas

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Crise Climática: BH se adapta à nova realidade

Políticas públicas implementadas pelos poderes executivo e legislativo buscam amenizar os efeitos do aquecimento global.

João Antônio Cunha, João Vitor Castro, Kevin Soares, Marcel Navarro, Sílvia Lage

Em 2024, pela primeira vez na história, a temperatura mundial excedeu o limite de 1,5°C. Nos últimos anos, Belo Horizonte enfrenta frequentes ondas de calor que impactam fortemente a qualidade de vida da população. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e a Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) elaboram ações para adaptar a capital mineira aos novos tempos, na tentativa de atenuar as consequências da crise climática.

No legislativo, propostas como o Projeto de Lei 915/2024, cuja ementa institui a Política Municipal de Enfrentamento à Emergência Climática, refletem a necessidade de uma adaptação das políticas públicas de Belo Horizonte para enfrentar as consequências das mudanças climáticas. O projeto gerou a Lei Nº 11793/2024, publicada no Diário Oficial do Município no dia 28 de dezembro de 2024.

No mesmo ano, surgiu o Plano Municipal de Informações e Monitoramento de Catástrofes Climáticas, que tem como objetivo uma melhor comunicação para previsões e prevenção de catástrofes climáticas. O projeto resultou na Lei 11708/2024, e contribuirá para uma melhor assistência a população em casos como as enchentes recorrentes na cidade.

A Prefeitura de Belo Horizonte está tomando diversas medidas para conter as mudanças climáticas. Entre elas estão a promoção da mobilidade sustentável, que prevê a substituição de 40% da frota atual por ônibus movidos a energia limpa até 2030, e a implantação de refúgios climáticos. A PBH criou o espaço de resfriamento para que os moradores de BH possam combater mais facilmente o calor intenso, que já vem aumentando ao longo dos anos. 

Além disso, em 2024, iniciaram a criação de um Corredor Verde na Avenida Antônio Carlos, com número recorde de mais de 35 mil árvores plantadas. Já em 2025, inicia-se a fase 2 do Corredor Verde, com plantios em passeios e canteiros, a Implantação de pelo menos 20 mini florestas, 50 refúgios climáticos e 100 novos jardins de chuva.

Polêmicas

Em 2024, a Prefeitura suprimiu 63 árvores nas proximidades do Estádio Mineirão e da Universidade Federal de Minas Gerais para a realização do evento de automobilismo Stock Car. A ação foi alvo de duras críticas e protestos  por parte dos movimentos de ativismo ambiental. Em resposta aos protestos, a Prefeitura de Belo Horizonte realizou plantios compensatórios de 688 árvores na região até a data do evento.

A PBH, então, iniciou as discussões para a criação do Plano Municipal de Arborização Urbana. O documento, apresentado nos dias 8 e 9 de agosto, detalha a atuação do poder público no tema, abrangendo desde os procedimentos de solicitação de serviços até a atuação de diversas secretarias. O objetivo principal é transformar a capital mineira em uma cidade mais verde e resiliente, garantindo uma arborização planejada e eficiente para absorção de carbono e melhoria da qualidade de vida. 

Inicialmente com prazo de entrega para 12 de dezembro, o plano contará com a participação popular por meio de grupos temáticos que discutirão os desafios e soluções para a arborização urbana. E A proposta é elaborar diretrizes eficazes para a gestão da arborização nos próximos anos, contemplando tanto ações imediatas para problemas urgentes quanto estratégias de longo prazo para o desenvolvimento sustentável da cidade.

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