Conexão 13

Edição Jornalística – PUC Minas

Economia

Governo divulga lista de itens da nova cesta básica; veja o que mudou

A mudança tem como foco combater a desnutrição e a obesidade no país

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) divulgou, na última quinta-feira (7/3), a lista dos itens alimentícios que irão compor a nova cesta básica. A mudança  prioriza os alimentos frescos ou minimamente processados e visa combater a desnutrição e a obesidade, além de baratear o preço de tal auxílio.

A criação da nova cesta básica se deu por meio de um decreto publicado na última quarta-feira (6/3). No entanto, ela ainda não é impositiva e servirá como um guia para orientar o governo em políticas que ajudem a erradicar a fome e a insegurança alimentar no Brasil.

“O intuito é evitar a ingestão de alimentos ultraprocessados, que, conforme apontam evidências científicas, aumentam a prevalência de doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, hipertensão e diversos tipos de câncer”, diz nota do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social.

A nova cesta básica terá alimentos de dez grupos diferentes: feijões (leguminosas); cereais; raízes e tubérculos; legumes e verduras; frutas; castanhas e nozes (oleaginosas); carnes e ovos; leites e queijos; açúcares, sal, óleo e gorduras; café, chá, mate e especiarias.

Veja os alimentos de cada grupo:

O aumento de preço das cestas básicas antigas e a precificação das novas

De acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, conduzida mensalmente pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), em janeiro de 2024, o custo das cestas básicas subiu em 16 das 17 capitais que fazem parte do levantamento. Belo Horizonte, foi a cidade que apresentou o maior aumento da cesta básica, correspondendo a 10,43%, atingindo o total de R$724,73. 

Considerando a cesta básica mais cara, em Florianópolis, e a previsão constitucional de que o salário mínimo deve ser suficiente para cobrir as necessidades básicas de um trabalhador e sua família, o Dieese calculou o valor do salário mínimo necessário. Em janeiro de 2024, esse montante deveria ter sido de R$ 6.723,41 para sustentar uma família com quatro pessoas, correspondendo a 4,76 vezes o salário mínimo vigente de R$ 1.412,00.

De acordo com o consultor econômico da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas e Administrativas (Ipead), Diogo Santos, ainda não é possível calcular o preço da nova cesta básica. Segundo ele, “ainda não existe uma cesta básica com os itens claramente definidos, o que se tem até agora é um novo decreto que especifica os grupos de alimentos. Por isso, ainda não é possível fazer a precificação, pois precisamos saber quais serão os itens e a quantidade de cada um.”

Apesar disso, os especialistas do Ipead enxergam o novo decreto com positividade, já que a formulação da nova cesta básica leva em conta uma segurança alimentar e nutricional. “Os novos critérios estabelecidos são muito importantes, pois além de incentivarem uma alimentação saudável, também priorizam a produção local e regional, gerando assim mais emprego na agricultura familiar e para os pequenos produtores”, acrescenta Diogo. 

Dessa forma, como o produto será separado por grupos alimentares, é possível também tentar manter um preço estável, já que os alimentos que aumentam de preço em certas épocas do ano, devido às condições climáticas, poderão ser substituídos por outros similares. 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *