Inhotim pós-pandemia: entenda como está funcionando
Por Letícia Avelar, Maria Fernanda Ramos e Renata Pedrosa
O Inhotim, Museu de Arte Contemporânea e Jardim Botânico, está localizado em Minas Gerais, na cidade de Brumadinho, a 60 km da capital mineira. Assim como as demais atividades culturais brasileiras, o maior museu a céu aberto do mundo também encontrou dificuldades durante os anos de 2020 e 21, com a pandemia de Covid-19, que tirou milhares de vidas no Brasil e no mundo.
Agora em 2022, o Museu já funciona de forma mais flexibilizada, com capacidade total de 5.000 pessoas por dia, mas ainda seguindo protocolos de prevenção contra o coronavírus, segundo o site. O uso de máscara é opcional e em todo o ambiente há displays de álcool em gel, ainda conforme o portal do museu.
Em conversa com a redação, a assessoria de imprensa do Inhotim informou que, mesmo durante a pandemia, os parceiros e apoiadores, que não foram identificados, mantiveram os recursos para funcionamento nos últimos dois anos. “Esses parceiros continuam apoiando o Inhotim, são relações de muitos anos, que antecedem a pandemia e que continuam até o presente. Esta crença no projeto do Inhotim – como centro de arte contemporânea e jardim botânico e nos projetos educativos – é essencial para que a instituição siga cumprindo sua missão de maneira relevante no cenário global e local”, informou a assessoria.
Embora conste no site sobre os protocolos de prevenção contra a Covid-19, a realidade é diferente. A estudante de fisioterapia Ana Paula Arruda relatou que sentiu falta de medidas de prevenção contra a doença. “Durante a visita, vi poucos pontos com álcool em gel e mesmo os que vi estavam em locais pouco visíveis”, relatou. O mesmo disse a estudante de turismo, Júlia Amaral, que também reclamou da falta de dispensers de álcool em gel nas entradas das galerias.
Novas obras e revitalização das antigas
O Inhotim conta agora com oito obras novas, cinco em 2022 e três em 2021. As últimas obras são “Segundo Ato: dramas para negros e prólogo para brancos”, de Abdias Nascimento e Museu de Arte Negra; “Looking for Langston: I Dream a World”, de Isaac Julien; “Inhotim Biblioteca”, com Jaime Lauriano; “Instalação de Birutas”, de Arjan Martins e “Enamorados”, de Laura Belém.
A obra “Segundo Ato: dramas para negros e prólogo para brancos”, de Abdias Nascimento e Museu da Arte Negra (MAN), trata de coleções do Teatro Experimental Negro (TEN) nos primeiros anos do MAN (1941-1968). “Looking for Langston: I dream a world”, de Isaac Julien, é outra obra inaugurada que traz a poesia misturada com a imagem que retrata os últimos anos de Langston Hughes.
“Inhotim biblioteca” de Jaime Lauriano, traz reflexões sobre traumas causados por processos históricos e ainda dialoga com a outra exposição de Abdias Nascimento e o MAN. “Instalação de birutas”, de Arjan Martins, que carrega a reflexão sobre o trânsito de pessoas escravizadas sob os oceanos. E a obra “Enamorados”, de Laura Belém, que representa uma tensão entre corpos que nunca se encontram.
No museu do Inhotim, durante a pandemia e após, o reparo e manutenção do acervo são feitos periodicamente e de acordo com as especificações de cada artista e das obras. Existe uma equipe responsável por evitar que as produções sejam danificadas, especialmente aquelas expostas ao ar livre. Durante os anos de 2020 e 21, o cuidado com as obras e galerias mais antigas foi redobrado.
Horário de funcionamento
O Museu funciona das 9h30 às 16h30 de quarta a sexta-feira e de 9h30 às 17h30 aos sábados, domingos e feriados. Os ingressos podem ser adquiridos pelo Sympla (sympla.com.br). Na última sexta-feira de cada mês, exceto feriados, o ingresso é gratuito e deve ser retirado previamente na mesma plataforma.