Diversidade cultural da Feira Hippie de Belo Horizonte completa 50 anos
Por Caio Félix, Camilla Kind, Daniel Domiciano, Eduardo Camargo, Lorrane Reis, Maria Júlia Henriques
A Feira Hippie de Belo Horizonte, realizada aos domingos na Avenida Afonso Pena, é um evento que reúne expositores de diversos ramos: culinário, artístico e cultural. Há 50 anos, completados no último dia 20 de agosto, a feira é um local de encontro de todos que apreciam e valorizam a arte.
Inaugurada em 1969, a feira era inicialmente localizada na Praça da Liberdade, onde artistas plásticos e artesãos se reuniam às quintas-feiras para expor e vender seus trabalhos. Foi somente em 1991, devido a danos causados à Praça pela grande concentração de público, a feira foi transferida para a Avenida Afonso Pena, aos domingos. Segundo Carlos Soares, editor do blog Feira Hippie, a recolocação da feira foi necessária e vantajosa: “Tenho certeza de que a Feira Hippie está no seu local ideal. Faz sentido a feira que faz parte do afeto dos belo-horizontinos acontecer no coração da cidade”.
Segundo o portal da Prefeitura de Belo Horizonte, a atração reúne cerca de 1.800 expositores e recebe em média 60 mil visitantes a cada domingo, configurando-a como a maior feira de artesanato a céu aberto da América Latina. Para a relações públicas Natália Almeida, visitante da feira, o evento, além de proporcionar mais contato com a cultura, se caracteriza como uma forma de gerar mais emprego para a população: “Eu acho que é um evento de extrema importância, além de trazer cultura, diversidade, gastronomia e muita arte, a Feira Hippie acaba trazendo oportunidade de empreender e gerar renda para muitos moradores de Belo Horizonte e região”.
Além de ser uma atração turística, a feira também é uma forte opção para quem opta por comprar, já que a variedade de produtos é um ponto que influencia na tomada de decisão do consumidor. Amanda Serrano vai à feira desde quando era criança, e diz que quando não encontra um produto em outro comércio, se lembra da diversidade da feira e faz suas compras lá: “Primeira vez que eu fui lá eu era criança. Não tinha muito costume de ir sempre, mas sempre foi um local que eu gostei de ir e às vezes quando eu não encontro um produto assim no shopping ou em alguma loja sempre lembro de lá, porque tem muitas opções e variedades”.
O mix de produtos da feira e o preço acabam sendo bem atrativos, quem passa por lá é surpreendido. Amanda admite que não imaginava o quão diverso é o ambiente da feira: “Eu fiquei bem surpreendida com a feira porque não imaginava que seria aquilo, um lugar que iria reunir barraquinha de comida, de roupa, de produtos caseiros, quadros também, e reúne bastante coisa de gente talentosa”.
Feira Hippie/ reprodução Facebook
Com mais de cinco décadas, a feira hippie se tornou uma atração que faz parte da história dos belo-horizontinos. Natalia Almeida comenta sobre as lembranças que a feira proporciona: “Eu adoro ir à Feira Hippie, sempre que vou lá sinto um mix de emoções. Era um programa que eu fazia muito com minha família quando era mais nova. E toda vez que vou lá acabo me lembrando do meu pai, que hoje já é falecido. Tenho um carinho especial”.
Segundo a Associação dos Expositores da Feira de Arte e Artesanato da Afonso Pena (Asseap), a feira conta atualmente com mais de 2.336 barracas, divididas nos setores de vestuário adulto e infantil, móveis, tapeçaria, utensílios domésticos, cestaria, bijuteria, artes plásticas, calçados e e bolsas, cama, mesa e banho. Em um local com tanta diversidade, a relação entre os feirantes é de troca: “Eu vejo a relação entre os feirantes como uma relação de colaboração e cooperação durante a realização do evento. Existe interação e colaboração pessoal entre pessoas e grupos”, ressalta Carlos Soares.
A Feira Hippie de Belo Horizonte funciona todos os domingos, das 7 às 14 horas, entre os cruzamentos da Avenida Afonso Pena com as ruas da Bahia e dos Guajajaras.