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Edição Jornalística – PUC Minas

Economia

Alta da Inflação gera impacto na vida dos mineiros

Inflação alta tem deixado marcas no consumo dos belo-horizontinos

Igor Vieira, Pedro Afonso e Matheus Eden

A alta da inflação tem gerado pânico na vida do brasileiro, principalmente dos mineiros. Aqueles que estavam acostumados a comerem carne por um preço acessível, viram o bolso esquentar com a alta dos preços e tiveram que mudar o cardápio.

O público mais vulnerável aos aumentos são as classes mais pobres e aqueles excluídos socialmente, como moradores de rua, que a cada ano cresce ainda mais. Mulheres, pessoas negras e indígenas tendem a ser impactados de forma mais rápida.

O aumento da inflação, além de gerar mudança no cardápio dos mineiros, afeta toda estrutura comercial, principalmente da capital. O que se via antes, como lotação em pontos turísticos, (Mercado Central, parques, Mineirão e restaurantes) tem diminuído devido alta da inflação e consequentemente os preços dos produtos.

“A alta da inflação impacta a vida de todos nós, independente da classe em que estamos. Logicamente, quem sofre mais são os pobres”, diz Luander Falcão, Economista do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). O economista ainda aborda que a inflação tem “gerado pouca confiança do governo e grande instabilidade nos preços, o que pode acarretar em consequências ainda mais graves futuramente”.

No podcast abaixo você pode conferir mais sobre o assunto.

Luander Falcão explica alta da inflação e da dicas para consumo.

Como os mineiros foram afetados?

Maria da Consolação, doméstica e mãe de 2 filhos, teve sua vida mudada radicalmente. “O preço fez com que o difícil se tornasse ainda mais complicado para conseguir. Se antes comíamos carne, mesmo que raramente, hoje conseguimos comprar somente salsicha e ovo”, disse ela.

O grande desafio tanto de Maria quanto de diversas outras mães brasileiras é dar conta de comprar o suficiente para o mês tendo um salário baixíssimo.

Tais circunstâncias têm afetado o lado mental dos mineiros. Um estudo publicado pelo The Lancet, revista conceituada sobre medicina, abordou que a pandemia está causando aumento de depressão e ansiedade no mundo todo.

“Muitos nunca vivenciaram décadas de alta na inflação, como tivemos na ‘Década Perdida, em 1980, então o lado psicológico tem enfraquecido pela quantidade de informações e ao mesmo tempo incerteza do amanhã, o que têm sobrecarregado a população”, aborda Pedro Castanheiras, psicólogo formado pela UNA.

Muitos belo-horizontinos têm feito diversos “bicos” para conseguir completar a renda mensal e garantir o sustento da família. Maria da Consolação, citada antes, começou a vender bolo no pote nas escolas dos filhos. “É uma solução imediata que estamos tentando”, diz a mãe solteira.

Entenda o que é Inflação

A inflação é um aumento nos preços de bens e serviços. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é um índice utilizado no regime de metas para a inflação em nosso país, fazendo com que o preço suba ou diminua, dependendo das condições econômicas atuais.

A inflação pode ter várias causas, como pressões de demanda ou de custos, inércia inflacionária e expectativas de inflação.

A inflação traz incertezas importantes para a economia, atrapalha os investimentos e prejudica o crescimento econômico. Os preços relativos são distorcidos, levando à ineficiência econômica. Pessoas e empresas não podem rastrear preços relativos, por isso é difícil dizer se algo é barato ou caro.

A inflação atinge principalmente os segmentos mais populares da sociedade, porque eles não podem obter instrumentos financeiros para lutar contra a inflação.

Alguns auxílios do governo, como o Auxilio Brasil, apesar de ajudar um pouco a população, tem gerado crises e dúvidas sobre a forma como a distribuição têm acontecido. Alguns têm relatado desespero com futuro, porque não se enquadram nas faixas de renda do substituto do Bolsa Família.

Apesar desses fatores, a alta da inflação continua atormentando a vida dos mineiros.

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