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Edição Jornalística – PUC Minas

Internacional

Entenda o conflito entre israelenses e palestinos

Recente escalada de violência trouxe de volta a atenção do mundo para o conflito existente há décadas 

Por Luiza Maia

Menino palestino em meio aos restos de uma torre destruída após ataques aéreos israelenses na cidade de Gaza — Foto: Suhaib Salem/Reuters

Israel e o Hamas, grupo extremista que controla a Faixa de Gaza, atraiu de novo os olhares do mundo, no dia 10 de maio, após a retomada de ataques violentos entre eles. O conflito, que mistura religião e política, se arrasta por anos e já deixou mortos e feridos de ambos os lados.

Como já se sabe, israelenses e palestinos vivem em conflito há muito tempo. Porém, ameaças de despejo de famílias palestinas de Sheik Jarrah, bairro fora dos muros da Cidade Velha de Jerusalém, trouxeram uma nova onda de ataques violentos na região. 

O ataque mais recente, que já dura pouco mais de uma semana, teve início com investidas aéreas a Israel, por parte do grupo Hamas. Quase todos os bombardeios foram interceptados pelo sistema antimísseis israelense, denominado “Domo de Ferro”. Por sua vez, Israel respondeu aos ataques com bombardeios em túneis usados por membros do grupo extremista em Gaza, cidade palestina.

Origem dos conflitos

Em um passado distante, esses dois povos já viveram em paz no território que hoje corresponde a Israel. Até o fim do século XIX, eles coexistiam juntos, enquanto a região era uma província do Império Otomano, de forma relativamente tranquila. Mas, já nas primeiras décadas do século XX, essa afinidade deu lugar a um cenário de muita violência e destruição, que persiste até hoje.

Tudo teve início com a derrota do Império Otomano na 1ª Guerra Mundial (1914-1918), pela Tríplice Entente (Reino Unido, França e Império Russo). Como consequência, a Liga das Nações determinou que a administração da Palestina fosse entregue à Grã-Bretanha, começando então, em 1920, o Mandato Britânico na região. Viviam nessa época em território palestino aproximadamente um milhão de muçulmanos. Mas também havia cerca de 100 mil judeus estabelecidos por lá, vindos principalmente da Europa Oriental, fugindo de seus países de origem por causa do antissemitismo. Essa convivência pacífica mudou devido ao aumento exponencial da população judaica no local.

A emigração para a região da Palestina foi incentivada pelo sionismo, movimento internacional que tinha como objetivo fundar um Estado judeu em solo palestino. Estima-se que, de 1882 a 1923, 100 mil judeus migraram para a região, com a ilusão, apoiada pela Grã-Bretanha, de se formar na Palestina um “lar nacional” para judeus viverem em segurança. Ao passo que o número de judeus crescia, a violência entre eles e os árabes também aumentava.

Em 1947, a ONU votou para que a Palestina fosse dividida em Estados judeus e árabes separados, com Jerusalém se tornando uma cidade internacional. O plano foi aceito pelos líderes judeus, mas rejeitado pelos árabes, sendo então, nunca implementado. Incapazes de resolver o problema, os líderes judeus criaram o Estado de Israel e a guerra seguiu, pois os palestinos se opuseram à criação do Estado. Ao longo dos anos, os conflitos continuaram e, como nunca houve um acordo de paz, eles seguem até os dias atuais.

Faixa de Gaza: o que é?

A Faixa de Gaza é uma estreita faixa de terra localizada na costa oriental do Mar Mediterrâneo. Ela faz fronteira com Israel e com o Egito e surgiu entre 1948 e 1949, quando a Palestina foi dividida em três: Estado de Israel, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Com a criação do Estado de Israel, muitos palestinos se refugiaram no local. Em 1950, o Egito passou a controlar a região, até que, em 1967, Israel ganhou a Guerra de Seis Dias e incorporou algumas áreas em seu território, dentre elas a Faixa de Gaza. Sua população é de, aproximadamente, 1,9 milhão de pessoas, em sua maioria palestinos. A fronteira é separada por cercas em decorrência do conflito entre Israel e Palestina, que disputam a posse da região e o nome Faixa de Gaza decorre da principal cidade da região, Gaza, governada pelo grupo extremista palestino Hamas. 

Além da disputa territorial, incluem-se também a posse de água do rio Jordão e as contradições de ordem religiosa. Várias iniciativas para a promoção de paz entre os dois povos são tentadas, mas nenhuma tem obtido sucesso.

Mapa da região da Faixa de Gaza – Reprodução: Google

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