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Edição Jornalística – PUC Minas

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Pessoas que receberam a AstraZeneca relatam efeitos colaterais

Efeitos são previstos pela bula da vacina, porém seus benefícios superam os riscos

por Marina Vidal

A vacina Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19, produzida no Brasil pela
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vem sendo bastante contestada devido aos seus efeitos colaterais. O pedido de registro da vacina deu entrada para a aprovação na Anvisa em janeiro, mas só foi oficialmente regulamentada em março. Apesar da aprovação criteriosa, já foram relatados vários casos de efeitos adversos da vacina.

Luciana Auad, estudante de medicina, tomou a primeira dose do imunizante no dia 5 de maio por volta de 13h e à noite começou a ter sintomas de reação. “Umas oito horas da noite eu comecei a ter calafrios constantes, comecei a ter febre de uns 38,5°C. Então, eu tomei remédio e melhorei um pouco. Depois comecei a sentir muita dor no corpo, fiquei com uma sensação de corpo pesado, tive muita dor no braço no local que aplicou e dor de cabeça. Passei o dia seguinte inteiro assim e quando foi umas 18 horas eu melhorei”, relata.

Segundo a bula do imunizante disponível no site oficial da Anvisa, os efeitos colaterais mais comuns que ocorreram durante os estudos clínicos com a vacina (recombinante) incluem: sensibilidade, dor, sensação de calor, coceira ou hematoma (manchas roxas) onde a injeção é administrada; sensação de indisposição de forma geral; sensação de cansaço (fadiga); calafrio ou sensação febril; dor de cabeça; enjoos (náusea); dor na articulação ou dor muscular; inchaço, vermelhidão ou um caroço no local da injeção; febre; enjoos (vômitos) ou diarreia; sintomas semelhantes aos de um resfriado como febre acima de 38°C, dor de garganta, coriza (nariz escorrendo), tosse e calafrios. Em caso desses sintomas é indicada a procura de um profissional da área da saúde, principalmente se persistirem.

Por sua vez, Iara Franco, professora doutora da PUC Minas, tomou a vacina Fiocruz/AstraZeneca no dia 3 de maio. “Eu fiquei com medo de ter reação, minhas filhas já tinham tomado e tinha demorado umas dez horas para iniciar os sintomas. Mas eu fui e tomei oito e meia porque fiquei com medo de acabar vacina e depois dei aula até sete horas. Mais ou menos sete e dez eu comecei a ter febre. Como eu só pude deitar dez horas da noite, porque tinha que resolver outras coisas, foi péssimo porque eu estava com muita febre, dor no corpo, muito mal estar, muito enjoo, o intestino desregulado também. Eu fiquei a terça-feira inteirinha na cama, não consegui me alimentar direito”. Na quarta-feira Iara acordou melhor, foi retomando as suas atividades, após consultar seu médico. “Agora já está tudo bem, estou bem e me sentindo parcialmente imunizada porque o médico comentou comigo que isso é uma reação positiva”, comentou.  

Médico Júlio Pereira explica sobre efeitos colaterais da vacina contra Covid-19 da Oxford
Louyzze recebendo a vacina no local onde faz estágio clínico. Foto: Arquivo pessoal

Louyzze Fernandes, estudante de psicologia, foi uma das pessoas que tomaram essa vacina e teve reação. “Eu tomei a vacina dia 6 de maio às 5 horas, quando foi de madrugada eu acordei com febre bem alta, de 39.7 °C”. A intercorrência ocorreu mais duas vezes, mas Louyzze tomou medicamento e conseguiu baixar a febre. “De manhã acordei para trabalhar, mas meu corpo estava muito pesado, não conseguia me mexer ou levantar da cama, porque me causava tontura. Cheguei a cair algumas vezes porque as vistas ficavam bem escuras, fiquei sem apetite o dia inteiro, fiquei bem enjoada e vomitando”. Os sintomas persistiram ao longo da semana, na sexta-feira a estudante começou a sentir uma dor de cabeça muito intensa e estava com o corpo cansado e, no sábado, o braço que tomou o imunizante ficou dolorido. “O último dia de sintoma foi domingo, ainda senti bastante dor de cabeça e dor no braço onde tomei a vacina. Na segunda acordei sem dores e comendo normalmente”, relatou.

Devido aos efeitos adversos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alertou com relação à vacinação de gestantes com esse imunizante. Na segunda-feira, dia 10, o órgão recomendou a suspensão imediata da vacina por esse grupo. Segundo a CNN Brasil, a AstraZeneca divulgou em nota que não comentaria, por falta de estudos em mulheres grávidas.

As vacinas contra a Covid-19 protegem contra a infecção ou evitam os casos graves da doença?

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