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Edição Jornalística – PUC Minas

Saúde

Endometriose pode causar ansiedade e depressão

Estudo revela o impacto da doença na saúde emocional, e aponta que a dor pélvica é realmente um fator agravante para as mulheres que estão nessa condição

Por Mariana Menezes

Endometriose é uma condição na qual o endométrio, que reveste a parede interna do útero, cresce em outras regiões do corpo. Essa formação de tecido normalmente ocorre na região pélvica fora do útero, incluindo os ovários, intestino, reto, bexiga, nervos e peritônio. Com isso, gera um processo inflamatório caracterizando a doença e gerando os sintomas.

Endometriose é um problema comum, que atinge uma a cada seis mulheres em período reprodutivo. A doença tem maior chance de ocorrer se houver outros casos na família, o que sugere uma tendência genética.

Segundo o ginecologista, especialista em endometriose, Alexandre Ravski, a doença não só está associada à dor pélvica, mas também à ocorrência de infertilidade. “A presença de endometriose aumenta o potencial de infertilidade em menor ou maior grau, dependendo da extensão da doença. Aproximadamente 50% do casos de infertilidade feminina podem ter a endometriose como uma das principais causas”, alerta.

De acordo com vários estudos, a dor e infertilidade exercem impacto direto na qualidade da vida conjugal, social, profissional e capacidade reprodutiva. Somado ao atraso do diagnóstico e à recorrência da doença, esses fatores contribuem para as pacientes apresentarem elevados níveis de ansiedade e depressão, pois gera sofrimento por causa da dor frequente e, por causa disso, vem o isolamento social, contribuindo negativamente para uma saúde emocional e mental. Portanto, é possível que a intensidade da dor esteja relacionada com o grau de depressão e ansiedade.

Na presença de depressão, é importante iniciar o tratamento apropriado precocemente, pois, caso não seja tratada, ela exerce um efeito negativo na capacidade da paciente de lidar com a dor, na função diária e principalmente na sua qualidade de vida, como explica a psicóloga Edinete Menezes: “A depressão deve ser tratada e não apenas entendida como resultado esperado do sofrimento decorrente da cronicidade do sintoma doloroso, portanto é indispensável o suporte psicológico às pacientes com o diagnóstico da doença”.

A endometriose não tem cura, mas a identificação da doença precoce permite adotar um tratamento que pode reduzir ou até mesmo impedir o seu avanço, além de ajudar a paciente a tomar medidas de prevenção da infertilidade, já que é um fator de risco. Evitando, assim, um possível diagnóstico de depressão e ansiedade futuramente.

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