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Edição Jornalística – PUC Minas

Esporte

Solidariedade: uma jogada esportiva fundamental

Atletas e clubes de vários esportes se juntam no enfrentamento aos danos causados pela pandemia da Covid-19 em todo o mundo

Por: Lídia Caetano, Malu Rabello e Pedro Melo

O futebol está sendo afetado pela pandemia do novo coronavírus, já que os campeonatos não estão sendo realizados. Um dos motivos para a suspensão dos jogos é o perigo de contaminação entre os torcedores no estádio. Isso foi comprovado no estudo do grupo Edge Health, que usa dados do Sistema Público de Saúde do Reino Unido (NSH), que demonstrou a partida entre Liverpool e Atlético de Madrid disputada no dia 11 de março, causou 41 mortes adicionais por coronavírus. A pesquisa concluiu que os óbitos foram causados pela presença dos torcedores espanhóis, que estavam infectados e foram ao estádio inglês.

Pensando nas consequências negativas deste momento e para que cada equipe cumpra seu compromisso com os jogadores e jogadoras, a Federação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou a doação de 19 milhões de reais. O benefício contemplará os 68 times da série C, 20 clubes da série  D e federações estaduais. Além das equipes femininas que disputam o Campeonato Brasileiro, 21 na série A1 e 16 na A2.

Outra medida adotada foi a isenção por tempo indeterminado aos clubes das taxas de registro e transferência de atletas. Com isso, os clubes podem economizar em torno de R$ 4.000.000,00 nos primeiros três meses de aplicação.

Em Minas Gerais, os times femininos América, Atlético e Cruzeiro receberam a doação da federação brasileira, mas precisaram complementar a renda para manter o salário das atletas. Mesmo com o benefício, as jogadoras do Galo Feminino tiveram uma redução de 25% em suas folhas salariais. O América suspendeu o contrato dos profissionais da área administrativa, mas manteve o salário das atletas com a ajuda do Governo Federal, CBF e cofre do Clube. Já as jogadoras da equipe celeste não tiveram mudanças no piso salarial. 

Foto: Malu Rabello

Doação dos jogadores e clubes

Com a pandemia do novo coronavírus, diversos times propuseram ao seus jogadores reduzir uma parte dos salários, como forma de ajudar os clubes a cumprirem com suas obrigações enquanto os jogos estão paralisados. A atitude foi prontamente atendida por alguns jogadores mas, além de aceitarem essas reduções, eles resolveram doar dinheiro para o enfrentamento ao coronavírus como forma de solidariedade.

O argentino Lionel Messi, do clube espanhol Barcelona, além de aceitar a redução temporária de 70% do salário no clube, doou 1 milhão de euros, cerca de 5,6 milhões de reais, que foram divididos entre um hospital na Espanha e um na Argentina. O português Cristiano Ronaldo, da Juventus, também doou a mesma quantia em dinheiro para dois hospitais na sua terra natal.

Foto: Divulgação Reuters

Na Alemanha, atletas do Bayern de Munique criaram um fundo para unir doações. Os alemães Leon Goretzka e Joshua Kimmich, além do atacante polonês Robert Lewandowksi, doaram 1 milhão de euros cada.

Na Inglaterra também não foi diferente. A Premier League, organizadora do Campeonato Inglês, doou 20 milhões de libras, cerca de 130 milhões de reais, para o National Health Service, o equivalente ao SUS do país, além de diversos jogadores que doaram quantias independentes.

Na Itália, um dos países mais atingidos pela pandemia, clubes, jogadores e torcedores já doaram milhões de euros para ajudar o sobrecarregado sistema de saúde do país. A Roma distribuiu 8 mil pares de luvas protetoras e 2 mil garrafas de álcool gel para as igrejas da cidade, que as redistribuirão entre os mais carentes. A Inter de Milão doou 300 mil máscaras para o sistema público de saúde, enquanto os jogadores e funcionários do clube juntaram 500 mil euros, cerca de 2,8 milhões de reais para doação.

Já jogadores brasileiros como Neymar, do Paris Saint Germain, Daniel Alves, do São Paulo, Réver, do Atlético, e Edílson, do Cruzeiro, contribuíram com camisas assinadas dos seus times na campanha #desafiocorona, criada pelos brasileiros Alisson Becker, do Liverpool, e o ex-jogador Denilson. As camisas são vendidas com valores que variam de 800 a 10 mil reais e toda a renda obtida será revertida para compra de materiais hospitalares, além de ajudar as famílias afetadas, mostrando que futebol e solidariedade podem, e devem, andar juntos.

Foto: Instagram Alisson Becker.

Solidariedade no basquete

O basquete é  um esporte que movimenta altos valores na economia mundial, dentre eles: jogos, vendas de uniformes, produtos das marcas, além das imagens dos atletas, mas com os jogos paralisados, alguns colaboradores foram afetados .

Os  jogadores da NBA, maior liga de basquete que reúne os melhores jogadores do mundo, estão servindo como um ótimo exemplo de solidariedade. Alguns  jogadores de times diferentes resolveram abraçar a causa dos funcionários menos beneficiados, que foram demitidos ou tiveram seus salários reduzidos.

Jogadores como: Giannis Antetokounmpo, do Milwaukee Bucks, Zion Williamson, do New Orleans Pelicans, Blake Griffin, do Detroit Piston e o Kevin Love, do Cleveland Cavaliers resolveram doar 100 mil dólares para pagar os salários dos funcionários que trabalham nas arenas dos seus times.

Outra iniciativa para minimizar o impacto da Covid -19 foi a parceria da fabricante de roupas esportivas Fanatics e as ligas NBA e WNBA , que produziram máscaras com o logotipo de seus times favoritos. Seus recursos serão destinados a organizações que lutam no combate à fome causada pela crise da pandemia.

Foto: Divulgação/NBA

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