Ministro Celso de Mello arquiva pedido de apreensão de celular de Bolsonaro
PDT, PSB e PV haviam solicitado ao Supremo a apreensão do aparelho para evitar que provas da suposta interferência do presidente na Polícia Federal fossem apagadas ou adulteradas.
Repórteres: Giovana Miroslava, Guilherme Carneiro, Luana ferreira e Sabrina Rodrigues
Na noite desta segunda-feira (01), o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello arquivou o pedido de apreensão do celular de Jair Bolsonaro para investigação sobre a suposta interferência política do presidente na Polícia Federal (PF).
O pedido foi enviado ao Supremo no dia 22 de maio por deputados dos partidos PDT, PSB e PV, que além do presidente, incluía a perícia dos celulares do filho dele, vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), do ex-diretor-geral da PF Maurício Valeixo e da deputada Carla Zambelli (PSL). O PT também enviou solicitação para investigação do celular de Moro.
Apesar da negativa, Mello criticou falas da família bolsonaro, entre elas uma que foi dita em entrevista à rádio Jovem Pan, também no dia 22, Bolsonaro afirmou que “jamais” entregaria o celular, ainda que houvesse uma determinação judicial do STF.
“Em uma palavra: descumprir ordem judicial implica transgredir a própria Constituição da República, qualificando-se, negativamente, tal ato de desobediência presidencial e de insubordinação executiva como uma conduta manifestamente inconstitucional”, escreveu o ministro do STF. Para o Ministro, Bolsonaro estaria sujeito a crime de responsabilidade em caso de recusa.
Uma das peças mais relevantes na investigação é a gravação da reunião ministerial de 22 de abril, tornada pública em 22 de maio. Além disso, o inquérito que investiga as acusações do ex-Ministro da Justiça Sérgio Moro contra o presidente segue ativo e já ouviu ministros palacianos e delegados da PF.