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Edição Jornalística – PUC Minas

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Clínica veterinária é fechada após suspeita de congelamento de animais mortos e diversas irregularidades

Por Edson Costa, Lorraine Gomes e Raíssa de Oliveira

A Polícia Civil efetuou na manhã desta sexta-feira a Operação Arca de Noé, contra maus-tratos na clínica Animed, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão. Um dos donos da clínica, Marcelo Dayrel, foi preso preventivamente, e a mulher dele, Franciele Santos, está foragida.

Foto: Divulgação Polícia Civil

O dono da clínica vai responder por maus-tratos, estelionato, e crimes ambientais. De acordo com o delegado Bruno Tasca, da Delegacia de Meio Ambiente da PC, as investigações começaram após denúncias de que a clínica descartava lixo veterinário no lixo comum. Foi aberta uma ação civil pública.

Durante as investigações, diversas irregularidades foram encontradas na clínica. “Os animais recebiam diagnósticos equivocados. Eram realizadas transfusões de sangue erradas.  Às vezes, o animal era levado para tomar banho e tosa pelos donos e acabava tendo sangue extraído para fim de transfusão em outro animal e comercialização. Também foram constatados a aplicação de medicamentos equivocados e vencidos. É uma gama de maus-tratos que vinham sendo praticados aqui na clínica”, disse o delegado Bruno Tasca.

Outro crime praticado na clínica era de estelionato. Os animais que morriam eram congelados e os funcionários enganavam os donos. “Animais morriam e a clínica demorava para comunicar o tutor do animal para fins de obter a diária e o tratamento que vinha sendo realizado, que na verdade não existia. Por isso fica caracterizado o estelionato”, explicou o delegado.

Foto: Divulgação Polícia Civil

Com a autorização da Justiça, foi montada a operação, desencadeada nesta sexta-feira. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão no estabelecimento e na casa dos proprietários — ambos veterinários — e de mais três investigados. Um mandado de prisão temporária contra a esposa do dono da clínica também foi expedido, porém ela ainda não foi encontrada. Foram apreendidos documentos, e celulares dos envolvidos.

De acordo com o delegado, ao ser preso, o dono da clínica se mostrou surpreso. “Ele ficou surpreso e não sabe o motivo para o cumprimento da diligência”, contou. Por meio de nota, a empresa afirmou que “que está surpresa com a operação e que se pronunciará, publicamente, após análise de todas às denúncias sofridas”. Também se colocou à disposição para o esclarecimento dos fatos.

A psicóloga Edinalva Borges relata que, há algum tempo, procurou a Animed após seu filhote, um cão da raça husky siberiano passar mal. Ela conta que desconfiou do diagnóstico feito pela clínica: “Meu cachorrinho tinha poucos meses, e ele sempre gostou muito de assistir televisão comigo. Eu estava assistindo televisão e ele vomitou na sala! Por precaução, levei o cachorro. Chegando lá, a mulher falou comigo que ele deveria lavar o estômago; que teria que fazer cirurgia; que ele tinha que ir ao CTI canino; colocou soro… Só em 24h me cobraram mais de R$ 3 mil, e a cirurgia já era R$ 4 mil. Eu falei que não ia fazer cirurgia sem ter a segunda opinião da veterinária que eu já tinha consultado antes e que confiava”. Segundo Edinalva, ao procurar uma segunda opinião, para a sua surpresa o primeiro diagnóstico foi desmentindo. Ela diz, ainda, que na época denunciou o fato ao Conselho de Veterinária, e fez um boletim de ocorrência.

O Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais (CRMV-MG) afirmou, por meio de nota, que fiscalizou a clínica neste ano e não foram encontradas irregularidades. O Conselho esclarece, ainda, que os veterinários denunciados não se encontra com os registros suspensos.

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