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Edição Jornalística – PUC Minas

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Grande BH volta a sofrer com o período chuvoso

Avenidas alagadas, árvores caídas e população sem energia elétrica; esse é o resultado de apenas duas horas de chuvas na capital mineira

Amanda Lopes, Leonardo de Deus, Mateus Monteiro, Rinaldo Robson e Thiago Bueno

Entre os últimos dias de janeiro e a primeira semana de fevereiro, BH sofreu mais uma vez com as fortes chuvas. A população da capital mineira e região metropolitana encarou novamente os estragos causados pelo mau planejamento e problemas nas políticas públicas.

Conforme apontam dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Belo Horizonte registrou 20 dias de chuva em janeiro. Mesmo assim, o órgão mostra que o volume de chuvas subiu apenas 4% em relação à média histórica mensal, com 345,6 mm.

Foto: Divulgação / Inmet

Avenida Vilarinho segue sendo grande problema durante as chuvas

A Avenida Vilarinho, localizada na Região Norte de Belo Horizonte, é uma das vias mais afetadas pelas chuvas intensas. Construída ao redor do córrego homônimo, a avenida é amplamente conhecida pelos alagamentos recorrentes, que representam um sério risco para moradores, comerciantes, pedestres e motoristas. As cheias do último mês causaram pânico aos cidadãos que circularam na região. Passageiros de um ônibus chegaram a buscar abrigo no teto do veículo após o volume de água subir consideravelmente no dia 16/1.

Conversamos com Hudson Almeida, de 37 anos, que trabalha há 4 anos em uma loja de ferragens localizada na Avenida Vilarinho, no Bairro Letícia. Ele fez uma breve explicação sobre a geografia da região, destacando que os bairros ao redor da avenida foram crescendo ao longo das margens de um córrego. Hudson compartilhou que já presenciou quatro inundações, considerando as duas mais recentes como as mais devastadoras. Ele também mencionou que, no local de trabalho, na esquina com a Avenida Baleares, há uma pequena elevação no terreno e o encontro de três córregos, o que resulta na formação de uma espécie de “bacia”.

Esse fenômeno, aliado ao grande volume de água, agrava as enchentes na área. Hudson ainda enfatizou que o crescimento desordenado dos bairros vizinhos, juntamente com o acúmulo de lixo nas margens da avenida, contribui para a recorrência das enchentes. Para ele, as intervenções realizadas até o momento são soluções paliativas e não resolverão o problema de forma definitiva.

Outros relatos de moradores da região também evidenciam a insatisfação com a demora na entrega das obras e a falta de resultados concretos. Rosana Ramos, de 52 anos, moradora do bairro Juliana, em Venda Nova, reconhece que houve avanços, mas ressalta que ainda há muito a ser feito para resolver os problemas estruturais da área. Ela destaca, por exemplo, a questão das construções, que precisam ser mais eficazes. A recém-inaugurada bacia de contenção, apesar de nova, já demonstrou sua fragilidade ao transbordar durante a última chuva forte, gerando mais transtornos para os moradores.

A insatisfação com a situação também é expressa pela estudante Jhennifer Alves, de 22 anos, residente na mesma região. Ela faz um apelo sobre as constantes obras em andamento, mas que, até o momento, não têm apresentado resultados significativos para resolver os problemas estruturais da área.

É possível perceber que, ano após ano, durante o período chuvoso, os moradores da região metropolitana da capital mineira são os que mais sofrem com as consequências das chuvas. Embora haja esforços por parte do poder público para mitigar os efeitos das enchentes, tais iniciativas ainda carecem de eficácia. Isso ocorre, em grande parte, pela falta de um planejamento a longo prazo, especialmente considerando que os períodos chuvosos em Belo Horizonte são bem definidos. Essa previsibilidade permite um melhor direcionamento e planejamento para a contenção dos danos causados pelas chuvas.

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