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Edição Jornalística – PUC Minas

EsportesSocial

Sexismo nos E-sports: a luta das mulheres pelo seu espaço no mundo dos games

Disciplina: Laboratório de jornalismo especializado

Por Bernardo Lucas, Rafael Silva, Maria Clara Soares, Otávio Loureiro, Vitória Von Bentzeen

O cenário dos jogos eletrônicos vem crescendo de forma acelerada no Brasil, com mais times surgindo a cada dia, jogos sendo desenvolvidos, investimentos sendo feitos e jogadores se profissionalizando e se destacando no mercado. Entretanto, apesar dessa evolução, determinados comportamentos ainda são muito ultrapassados, como é o caso do preconceito com as jogadoras mulheres de E-sports.

De acordo com uma pesquisa feita pelo Game Brasil, mais da metade do público gamer é feminino. Segundo o estudo, elas representam 51,5% dos jogadores no país, com clara tendência de crescimento. Mesmo sendo maioria no setor, elas ainda enfrentam dificuldades para conquistar o seu espaço no mercado profissional.

Para entender mais sobre o cenário de e-sports com foco na presença feminina, entrevistamos a jogadora profissional de CS GO, Giovanna Yungh, atualmente jogadora da B4 eSports, tem 25 anos e é de Sorocaba, São Paulo. Teve seu primeiro contato com esse mundo por meio do CS 1.5, mas ainda de uma forma bem tranquila. Após perceber que o jogo estava trazendo malefícios para o seu sono, a mãe a proibiu de jogar e a jogadora decidiu fazer uma faculdade de economia para ter algum curso, mesmo não querendo seguir na carreira de economista. Após entrar na faculdade, teve o primeiro contato com o mundo profissional dos jogos, por meio de um amigo que atualmente é seu namorado. “Eu gostava de ver ele jogar, me levou em um evento e senti toda aquela emoção, eu quero isso, quero viver isso”, disse Giovanna. Vivendo esse mundo, ela decidiu sair dos estudos e se dedicar realmente ao que queria, em 2018 ela realizou o sonho e se tornou jogadora profissional de CS GO pela organização Black Dragons.

Mesmo com o grande público gamer feminino, o preconceito ainda é muito grande, o que afeta muito as jogadoras profissionais. Perguntada sobre como lida com o preconceito no dia a dia nos jogos, Giovanna disse: “a gente devolve na mesma moeda, acho que a nossa sociedade é realmente enraizada nisso, sempre vai ter preconceito não importa quem você seja, onde você for, você pode ser a melhor do mundo, pode não ser, você sempre vai “tomar” de graça só por ser mulher”.

Para tentar “fugir” desse preconceito, algumas mulheres usam “nicknames” (nomes dentro do jogo) que são mais unissex, mas Giovanna acredita que as mulheres não devem ter medo de usar seus verdadeiros nomes. “Acho que a gente tem que se impor mesmo, falar eu sou mulher mesmo, eu dou bala pra caramba e não importa se você está com raiva de eu ser mulher ou não, não importa, não se escondam, se mostrem mesmo, falar eu sou capaz e é por isso que eu estou aqui”, afirmou. 

Confira a entrevista completa abaixo:

Vitória Von Bentzeen e Maria Clara Soares entrevistam Giovanna Yungh

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