Coda – Crônicas do Oscar: análises dos filmes vencedores (2016-2022)
Por: Caio Félix, Eduardo Camargo e Felipe Gomes
CODA – No ritmo do coração (2022)
Ficha Técnica:
Título (em português): No ritmo do coração
Título: CODA
Ano: 2021
País: Estados Unidos
Gênero: Comédia, Drama e Música
Duração: 111 min
Diretor: Sian Heder
CODA é uma refilmagem de La Familie Belier, longa francês lançado em 2014. Dirigido pela cineasta americana Sian Heder e produzido pela Vendome Pictures, o filme se passa na cidade de Gloucester, Massachusetts e relata a história da jovem Ruby Rossi (Emilia Jones), a única de uma família de quatro pessoas que possui audição. A estudante do ensino médio divide a vida em trabalhar com o pai (Troy Kotsur) e o irmão (Daniel Durant) na gerência de um negócio de pescados e cantar para o coral da escola, junto de sua paixão, Miles (Ferdia Walsh-Peelo).
A partir disso, o longa apresenta duas tramas para a garota. De um lado, enfrentar os obstáculos que a música lhe apresenta, recebendo o encorajamento do seu maestro para alcançar seu sonho. Do outro, ajudar a família no negócio e cumprir a obrigação de vida de intérprete para os pais. Sian Heder entrega um filme com duas temáticas principais, mas ainda deixa nas entranhas os problemas amorosos, financeiros, além de uma pitada de comédia, leve e nem um pouco forçada.
Por mais que o roteiro apresente um clichê, com histórias de superação, busca dos sonhos, conflitos amorosos, a diretora ainda consegue inserir na trama discussões sobre desigualdades sociais, além de reflexões sobre a exclusão de pessoas com deficiência. As atuações também merecem destaques, principalmente com a família muito bem caracterizada e representada, além de evocar a realidade intimista de pessoas com problemas, sendo capazes de transmitir a empatia e identificação necessária para qualquer um que não sofra dos mesmos problemas se identifique.
Tendo como principal concorrente Ataque dos Cães, o filme venceu a disputa pelo Oscar de Melhor Filme de 2022. A premiação, tradicionalmente realizada no teatro Dolby, em Los Angeles, se consagrou como a primeira a conceder uma estatueta de Melhor Ator Coadjuvante no nome de Troy Kotsur e Melhor Roteiro Adaptado.
Além disso, marcante também foi a série de característicos aplausos voltados ao público surdo, por parte dos presentes na cerimônia, no momento da premiação de CODA – No ritmo do coração. O ato como um todo pode ser visto não só como uma celebração a uma obra de arte, como também uma celebração à representatividade.
