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Edição Jornalística – PUC Minas

Política

Minas Gerais: o segundo maior colégio eleitoral do país dá as cartas

Por Ana Luiza Pereira, Eduarda Porto, Fernanda Rodrigues, Ísis Gabriella, Gabriel Araújo, Mateus Vieira e Wilson Saraiva

Os dois principais candidatos à Presidência da República em 2022 escolheram Minas Gerais para estrear suas campanhas eleitorais. Na terça-feira (16), Jair Bolsonaro (PL) abriu sua agenda em Juiz de Fora, na Zona da Mata. Foi a primeira vez que o atual presidente retornou à cidade onde sofreu um atentado em 2018. Já Luís Inácio Lula da Silva (PT) definiu Belo Horizonte como palco do seu primeiro grande comício. O evento aconteceu na quinta-feira (18), apenas dois dias depois do primeiro ato de Bolsonaro.

Minas Gerais é o segundo maior colégio eleitoral do país. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mais de 16 milhões de pessoas votam no estado, o que corresponde a 10% do eleitorado brasileiro. Minas só fica atrás de São Paulo, que conta com mais de 34 milhões de pessoas aptas a votar, ou 22% do total de eleitores no país. Todos esses dados influenciam hoje nas decisões partidárias e nas estratégias de campanha dos presidenciáveis em relação a cada estado.

Cientes da importância de Minas na disputa, os presidenciáveis priorizam parcerias sólidas no estado. Historicamente, o candidato que vence em Minas leva o pleito. Desde 1950, o único presidente eleito no Brasil que não ganhou no estado foi Getúlio Vargas. A diversidade de Minas Gerais pode ser a principal explicação para esse fenômeno. Ao todo, são 853 municípios, divididos em 12 mesorregiões, que representam as complexidades de um país inteiro. 

A importância do eleitorado mineiro nas candidaturas não se resume às campanhas presidenciais. Os apoios de Lula e Bolsonaro também são cruciais para definir quem será o próximo governador. De acordo com uma pesquisa realizada pela Genial/Quaest, divulgada na sexta-feira (12), sem a aliança dos presidenciáveis, Romeu Zema (Novo) tem 46% das intenções de voto, contra 24% de Alexandre Kalil (PSD). Quando mencionado junto ao nome de Lula, o ex-prefeito de Belo Horizonte salta para 36%. Já Zema tem 26% quando associado a Felipe d’Avila, candidato à Presidência da República pelo partido Novo.

A aliança entre Lula e Kalil gera benefícios mútuos: com Lula, o candidato do PSD consegue alcançar a liderança pelo governo estadual, enquanto o petista sobe ao palanque de Kalil no estado. Por outro lado, Zema se prejudica ao tentar aliar-se a um candidato menos promissor na disputa e, em queda, consegue cada vez menos espaço para Felipe d’Avila em Minas Gerais. O atual governador também não poderá contar com Bolsonaro, já que o presidente declarou apoio a Carlos Viana (MDB).

Panorama Histórico

Desde a primeira fase da República Brasileira, entre 1889 e 1930, Minas Gerais tem grande influência nas decisões políticas do país. Nesse período, as oligarquias mineiras e paulistas revezavam o poder presidencial do Brasil, o que ficou conhecido como Política do Café com Leite.

Na eleição de Getúlio Vargas, em 1950, o carioca Brigadeiro Eduardo Gomes levou o pleito no estado, vencendo até mesmo o mineiro Cristiano Machado. Na época, Minas Gerais já tinha o segundo maior colégio eleitoral do país, com 1,9 milhão de eleitores. Hoje, contabilizando pouco mais de 16 milhões de eleitores, o estado mantém o protagonismo nas eleições nacionais. Vale lembrar que nos últimos 30 anos, três mineiros ocuparam a Presidência da República: Itamar Franco, José Alencar e Dilma Rousseff.

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