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Edição Jornalística – PUC Minas

Cultura

Índios: o falso retrato midiático dos indígenas

Um olhar verdadeiro sobre a cultura indígena

Por João Lima, Maicon Henrique, Marco Túlio e Marcos Leite

Os índios são o grupo de pessoas reconhecidas como descendentes dos povos que habitavam o Brasil antes da chegada dos colonizadores europeus. Os primeiros habitantes do Brasil preservam suas culturas e raízes até os dias atuais. Mas, ainda assim, muitas pessoas têm visões e entendimentos confusos, que muitas vezes são causadas pelo retrato que a mídia apresenta desses povos.

Um exemplo desse falso retrato passado pela mídia é a música “Brincar de índio”, da cantora Xuxa Meneghel. A música cita algumas características indígenas com base no senso comum, como a fala “errada” sem a conjugação verbal, usar o arco e flecha para caçar e pinturas pelo corpo. Segundo Maicon Henrique, apresentador da edição especial O falso retrato midiático dos indígenas, a música influenciou na forma de como entender a cultura indígena. “Eu tenho 25 anos, e durante os anos 2000 cresci tendo como referência de como é ser indígena naquela música”, afirma.

Ainda dentro da nossa cultura, existem mais adaptações do indígena para o público. Personagens como Papa-Capim, da Turma da Mônica, e Tainá, do filme de mesmo nome, integram grande parte de um sentimento nostálgico do povo brasileiro. As memórias nativas do Brasil são constantemente revisitadas pelas mídias.  Algumas bem adaptadas, outras não. 

Um dos casos é a personagem Serena, interpretada por Priscila Fantin na novela Alma Gêmea. Serena era uma índia mestiça, filha de uma mãe indígena e um pai garimpeiro, considerada a ‘pessoa ideal’ para Rafael, o protagonista da trama, interpretado por Eduardo Moscovis. Na história, a personagem sai de casa para se mudar para a cidade grande e se relacionar com o botânico.  

A personagem recebeu críticas devido à adaptação, que parecia ser distante da realidade. Serena não falava como índia – seu sotaque remetia ao italiano, e se comunicava de forma gestual –, não agia como índia, e, principalmente, não se parecia, fisicamente, com uma índia. A Rede Globo, canal de TV que produziu a telenovela, abusou de pinturas corporais e características clichês de personalidade, como ingenuidade e pureza, para caracterizar Priscila Fantin como pertencente a uma tribo indígena, mas sem pudor. Serena é considerada um estereótipo da cultura que já foi a principal do Brasil. 

Edney Oyniin Surui, integrante de uma tribo indígena de Rondônia, tem 19 anos e topou participar do episódio. Edney está lutando pela sua cultura, em busca da preservação das suas raízes e quer transmitir aos próximos descendentes, futuras gerações e aos não indígenas como é viver e ser indígena.

Para ouvir esse e outros episódios na íntegra, procure o Wondernautas no Spotify, Orelo e demais plataformas digitais.
Para mais informações, acesse a página no Instagram: @wondernautas.

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