Prefeitura de BH assina convênio para desenvolvimento de vacina contra a Covid-19
A cidade investirá R$ 30 milhões na UFMG para pesquisas sobre imunizante
por Alison Perpetuo, Luiz Fernando, Paulo Vitor, Rafael Souza e Thiago Augusto
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), assinou nesta quinta-feira (27) o termo de patrocínio para viabilizar o desenvolvimento de uma vacina local contra a Covid-19. O evento oficializou o repasse de R$ 30 milhões para a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
No mês de abril, a reitora da universidade, Sandra Goulart, reuniu-se com deputados federais do estado solicitando apoio financeiro para assegurar a continuidade dos estudos sobre o vírus. Na época, a quantia repassada foi a mesma requerida anteriormente. Atualmente, a UFMG realiza estudos de sete imunizantes, com um deles estando entre os mais avançados do Brasil.
“Isso é investimento em ciência. A UFMG foi escolhida como a universidade federal número 1 do Brasil. É um motivo de orgulho de BH e Minas Gerais. Então, a Prefeitura vai garantir, sim, a continuidade dos estudos da fase 2 da vacina da UFMG. Nós conveniamos com a UFMG, isso está sendo feito ainda, tudo documentado”, declarou o prefeito em entrevista à TV Globo Minas.
De acordo com os pesquisadores, os testes em primatas tiveram resultados positivos, atestando ser muito eficiente e estimular o sistema imunológico, resultando em níveis altos de anticorpos e de resposta de linfócitos T. O auxílio permitirá o avanço para as fases 1 e 2 dos testes clínicos ao longo do ano, havendo a possibilidade de, em 2022, estar pronta para a aplicação em massa. Além disso, há a expectativa da vacina ser mais eficaz contra a Covid-19 que as atuais, por conter proteína recombinante.
A quantia será repassada em parcelas com duração até dezembro. A primeira, estimada em R$ 6 milhões, deverá ser liberada ainda no mês de maio. Segundo a UFMG, os recursos desse convênio serão utilizados no pagamento dos custos relacionados a manutenção e experimentos com animais, na aquisição de reagentes, no desenvolvimento de lotes de testes para análise da Anvisa, na supervisão dos ensaios, no preparo da documentação de pedido de registro, na realização dos testes pré-clínicos e nas duas etapas dos ensaios clínicos, realizados em adultos saudáveis sem contato com a doença.
O nome do imunizante gerou um debate nas redes sociais: internautas bem-humorados sugeriram chamar de UaiVAC, CoronaTrem, UaiTech e CabralVAC. No entanto, os cientistas optaram por nomeá-la de ‘Spintec’.