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Edição Jornalística – PUC Minas

Economia

Bitcoin encerra mais um ciclo e sofre 50% de desvalorização

por Paulo Trindade

Na manhã de quarta-feira, 19 de maio, o Bitcoin abriu a bolsa de criptomoedas batendo 33 mil dólares, uma queda de 40% desde a sua alta de semana passada, e de 50% quando comparado com sua alta histórica. Várias especulações foram feitas a respeito da criptomoeda, no entanto, a mais pertinente é que esteja iniciando-se um novo “ciclo do Bitcoin”.

gráfico da queda do bitcoin
gráfico da queda do bitcoin

O Bitcoin caiu de 57 mil dólares na semana passada para 37 mil ao longo desta última quarta-feira. A perda representou uma queda que quase metade do seu valo quando comparado com sua máxima histórica (64 mil dólares) que despontou em meados de abril de 2021.

gráfico da queda com relação à máxima
gráfico da queda com relação à máxima

Rapidamente, aqueles atuantes no mercado financeiro (principalmente o mercado de cripto) começaram a especular sobre possíveis motivos da queda. As narrativas mais ouvidas levavam como figuras centrais, os nomes: Elon Musk, Joe Biden e China.

Elon Musk, recentemente, deu a entender em seu twitter que venderia os bitcoins de sua empresa (Tesla). O CEO já vinha fazendo alguns ataque à moeda, mas as as suspeitas ficaram ainda mais fortes quando um usuário do twitter disse que que a empresa poderia vender seus bitcoins e o próprio Musk respondeu “certamente”.

Quanto a Joe Biden, o atual presidente dos Estados Unidos fez um discurso recente sobre dobrar a alíquota de imposto de renda para os americanos mais ricos. Em paralelo, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, teria caracterizado o bitcoin como um “ativo altamente especulativo” e sugerido uma taxação de 80% sobre ganhos de capital em cripto.  

Apesar da tesoureira ter realmente se referido ao bitcoin como ativo altamente especulativo, o boato de que o governo taxaria os ganhos em criptomoedas não é uma informação que procede.

Por fim, começou a se espalhar um boato de que a China teria “proibido o bitcoin”, contudo, isso também é uma narrativa falaciosa. O que o governo chinês fez foi publicar a seguinte mensagem:

“Recentemente, os preços de criptomoedas subiram muito e caíram muito. Uma troca especulativa de criptomoedas tem gerado sérios problemas de segurança para as propriedades das pessoas e rompendo com a economia e a ordem financeira normal”

Ou seja, o governo teria apenas reiterado as suas conhecidas preocupações com bancos e outras entidades financeiras realizarem transações com criptomoedas, justamente porque o próprio governo não tem controle sobre esses ativos e eles poderiam ser usados inadequadamente.

Essa política não é diferente da que a maioria dos países do mundo adotam a respeito de bitcoins e outras moedas digitais. Além disso, essa seria a 3ª (terceira) vez que a China “proíbe” o bitcoin em 8 anos e ainda assim a moeda não mudou de comportamento.

A tese mais aceita é que todos esses boatos, além das correções naturais do mercado, fizeram as pessoas reagirem mal ao bitcoin e venderem suas moedas para não perderem seus investimentos. Com uma alta de vendas, é natural o preço de qualquer ativo cair.

Observando os demais fundamentos do bitcoin, é perceptível que o sistema continua líquido e descentralizado e protocolo continua funcionando. Logo, o mais provável nessa situação é que o bitcoin esteja começando um novo ciclo.

A moeda já passou por inúmeros ciclos. Após a alta de 2011, seu valor despencou de 6 (seis) dólares para 1 (um). Depois veio a alta de 2013, em que o valor passou de mil dólares, mas em 2014 caiu para 200. Na de 2017, o valor passou de 20 mil, e depois, em 2018, o valor caiu para 3500. Atualmente, o mais provável é que o bitcoin esteja vivendo mais um ciclo, dessa vez alcançando 64 mil dólares e caindo para 37 mil.

gráfico da queda de 2011
gráfico da queda de 2011
gráfico da queda de 2015
gráfico da queda de 2015
gráfico da quesda de 2018
gráfico da queda de 2018

Especula-se que a próxima alta vai recuperar tudo que foi perdido nessa baixa e, então, valorizar a moeda ainda mais. Diferente do Real, por exemplo, que em 25 anos de existência, apenas se desvalorizou em 84% do que valia originalmente.

projeção do bitcoin
projeção do bitcoin

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