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Edição Jornalística – PUC Minas

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Atividades culturais voltam a receber público em BH e Secretaria planeja rearranjos

Cinemas, casas de exposição, museus e teatros da capital mineira reabriram suas portas entre o último dia 31 de outubro e 3 de novembro, seguindo protocolos de segurança para conter a propagação do novo coronavírus

Por Arthur de Viveiros e Rafael Coutinho

Os amantes da cultura em Belo Horizonte, cidade tradicionalmente conhecida por seus bares e vida cultural efervescente, passaram por um hiato cultural. O decreto municipal, assinado pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) em 18 de março, que limitou o funcionamento de diversos setores da economia na capital mineira e que foi editado com vistas ao combate à pandemia do novo coronavírus, fechou também cinemas e atividades culturais que dependiam, até então, da presença física do público.

Porém, após seis meses e devido a um arrefecimento do número de casos registrados diariamente em Belo Horizonte, a Prefeitura liberou a reabertura de atividades culturais e diversos mecanismos da cultura, como o Centro Cultural Banco do Brasil e o Minas Tênis Clube, que puderam retomar as atividades, de forma gradual, a partir do dia 3 de novembro. A medida ainda considera a necessidade da adoção, por parte desses espaços, de medidas de prevenção à Covid-19, incluindo uso de máscaras, disponibilização de álcool em gel, indicadores de distanciamento social, limitação de número de pessoas, dentre outras.

No caso dos cinemas, o fechamento das salas ocorreu mais precisamente no dia 20 de março, data que também incluiu diversas modalidades de entretenimento, como casas de show e espetáculos de qualquer natureza, danceterias, teatros, clubes de lazer, dentre outras. Assim como no caso do aparelho cultural da cidade, após seis meses os cinemas puderam reabrir suas portas um pouco antes, no dia 31 de outubro, seguindo as mesmas medidas exigidas dos demais espaços culturais. Além disso, o aumento do intervalo entre as sessões também foi estipulado, para que a higienização das salas possa ser realizada de forma mais rigorosa.

O retorno às salas de cinema da capital mineira agradou ao estudante de Engenharia Mecânica, Lucas Rocha, 21, que acredita que as medidas de contenção à pandemia são importantes e necessárias. “Eu gostei bastante da ideia de retornar aos cinemas, melhor ainda com todo o cuidado necessário e respeitando as medidas e os protocolos de cada espaço, tudo isso para que tenhamos segurança para curtir os filmes”, ressalta.

Outros equipamentos culturais

Alguns espaços conhecidos do público mineiro, que também estiveram fechados durante boa parte do ano, começam a planejar as atividades com base nos novos protocolos de funcionamento. A Casa Fiat de Cultura, localizada na Praça da Liberdade, por exemplo, conta com uma exposição pelas vitrines do espaço, para evitar aglomerações de pessoas. Ainda no período de fechamento, a casa de exposições promoveu eventos virtuais, como a comemoração dos 120 anos do Bairro de Santa Tereza, encontro que contou com a participação do músico mineiro Telo Borges.

Já o Centro Cultural Banco do Brasil, que fica na Praça da Liberdade e integra o Circuito Cultural Liberdade, retomou as atividades no último dia 4, adaptando-se às novas medidas para prevenção da transmissão do coronavírus, como o agendamento prévio, realizado de forma virtual. “Ficamos muito contentes em poder oferecer uma experiência presencial segura, por meio do cumprimento integral de todos os protocolos estabelecidos pela autoridade municipal”, aponta Bárbara Guimarães, assessora de imprensa do CCBB. 

A assessora ainda aponta previsões a respeito da ampliação gradual das atividades, sempre considerando o fluxo da pandemia e a segurança de visitantes e colaboradores do espaço: “Estamos organizados para avançar etapas em nosso planejamento de reabertura gradual, com o retorno de atividades presenciais de artes cênicas, música e do CCBB Educativo. Ainda estamos no movimento de retorno. Não é possível prever o andamento da pandemia”.

O Centro Cultural Minas Tênis Clube, localizado na Rua da Bahia, também registrou alguns impactos após a pandemia, principalmente ligados à redução do fluxo de pessoas. Ainda assim, segundo a gerente de Cultura do Minas Tênis Clube, Wanderleia Magalhães, o fluxo é avaliado como positivo para a atual conjuntura. “No caso de espaços expositivos, essa medida impacta diretamente nas visitas de grupos. Também não estamos recebendo o público escolar, já que as aulas continuam remotas. Considerando tudo isso, tivemos logicamente uma redução na visitação. Mas ainda assim estamos recebendo um público espontâneo que consideramos bom para esse momento”, avalia.

Para o momento de reabertura, Wanderleia destaca que o Minas esteve atento aos acontecimentos não só nacionais, como também internacionais, e que as medidas adotadas segundo os protocolos municipais tornaram o processo mais ajustado, coordenado e ameno: “Começamos a nos preparar para essa reabertura antes mesmo de ela ter uma data definida para acontecer. Participamos da elaboração do protocolo da PBH, junto com representantes de outros teatros e centros culturais da cidade e, dessa forma, colaboramos para que as instruções finais desse documento refletissem a nossa realidade. Quando a reabertura foi autorizada, ela se deu, dentro do possível, de uma forma tranquila”.

Atividades culturais do Circuito Liberdade começam a ser retomadas seguindo
protocolos de segurança. Fonte: site do Circuito Liberdade/Área de Imprensa

Rearranjos e comemorações

Todo esse cenário ainda conta com uma proposta de reorganização de estruturas culturais na cidade. A Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) de Minas Gerais apresentou, no dia 29 do último mês, um decreto que transforma e expande o Circuito Liberdade. Na nova proposta, equipamentos geridos pelo Estado e outros coordenados pela iniciativa privada passarão a integrar um roteiro que une cultura ao turismo. Com isso, equipamentos como o Palácio das Artes e a Sala Minas Gerais podem integrar o Circuito Liberdade.

Essa conjuntura cultural se dá no momento em que Minas Gerais completa 300 anos, e os planejamentos para os eventos comemorativos já começaram. Segundo a Secult, um dos projetos que integram as comemorações será a decoração de Natal da Praça da Liberdade, e de outros espaços. Ainda de acordo com a Secult, a decoração será organizada em parceria com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), e as comemorações pelos 300 anos do estado seguem até 2021. Outro equipamento, este gerido pelo Estado, que vai sediar diversos eventos culturais que integrarão as comemorações pelo tricentenário, é o Palácio das Artes. O espaço segue fechado para revitalização e, segundo a Secretaria, deve ser reaberto no dia 2 de dezembro.


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