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Edição Jornalística – PUC Minas

Economia

Pandemia da Covid-19 faz disparar e-commerce brasileiro

Airine Ferreira, Carla Abreu, Luiza Ramalho e Milena Franco

A quarentena obrigou milhares de pessoas no mundo todo a se isolarem, colocando em cheque as rotinas. O novo “normal” é estar por trás das telas, fazendo com que os indivíduos mudem seus hábitos mais simples, como fazer compras. Países no mundo a fora, restringiram a circulação, obrigando as pessoas a se adaptarem à nova realidade e as vendas online, se tornaram o modo mais seguro e popular de consumir, durante a pandemia. 

A previsão é de que a incerteza econômica, causada pela COVID-19, deve custar US$ 1 trilhão à economia global em 2020, segundo dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad).

Uma das áreas que se espera ser mais afetadas são as empresas relacionadas a turismo, eventos e comércio físico. Segundo a Organização Mundial do Comércio o impacto da doença no varejo é classificado com “brutal”. A mudança no desempenho dos consumidores, contudo, deve refletir um crescimento de 25% nas compras online de mantimentos, segundo um relatório recém-publicado pela McKinsey & Company.

A economista e comentarista econômica da Rádio Itatiaia, Rita Mundim,  abordou os principais setores beneficiados durante a pandemia e deu destaque para o delivery. “As plataformas eletrônicas vieram pra ficar, o comércio online veio pra crescer” pontuou em entrevista online, para o programa Vozes do Rádio da PUC – Minas.

O e-commerce, também deve se manter em alta, mesmo após a pandemia, segundo ela, a tendência está na tecnicidade da produção e distribuição. Essa foi a forma que muitas empresas encontraram para manterem-se abertas durante o isolamento social da população e que propicia uma gigantesca praticidade para os consumidores atuais.

Fonte: Internet

De acordo com dados exclusivos da Intelipost, empresa focada em tecnologia inteligente para logística, já é perceptível o acréscimo nos pedidos online em comparação com o mesmo período no ano passado. A comparação no número de pedidos entre os períodos de 26 de fevereiro e 17 de março dos anos 2019 e 2020 e como as empresas estão se preparando para esse momento: 

De acordo com o estudo, houve um aumento de 37% em pedidos em 2020 comparado ao mesmo período de 2019. Os setores com maior notoriedade são: Alimentos & Bebidas (30,6%), Saúde, Cosméticos e Cuidados (55,4%). São Paulo e Rio de Janeiro puxaram a alta, com incremento de 32% e 52%, respectivamente.

Segundo dados da Intelipost, o consumo através de apps subiu 67% durante o isolamento social. Foto: Airine Ferreira

Segundo a Compre&Confie, empresa que presta serviços de inteligência, a quarentena proporcionou números surpreendentes para o comércio eletrônico. Os dados dos anos anteriores já apontavam um crescimento de 20% do e-commerce anualmente no país, mas durante a pandemia esse valores mais que dobraram. A área da saúde foi a  que mais cresceu desde março (alta de 131% no faturamento). Beleza e perfumaria (74% de crescimento), instrumentos musicais (56%), pet shop (47%) e esporte e lazer (40%) também estão entre os destaques.

Sobre o futuro, a Intelipost conversou com 15 empresas para entender um pouco mais quais contratempos elas têm enfrentado com os impactos da pandemia. Entre as principais mudanças, as empresas destacaram trabalho remoto e redução na quantidade de funcionários, manutenção de temperaturas e higienização dos espaços de trabalho. 

Marisa Primo, é mãe de santo e trabalha a 19 anos em Salinas no norte de Minas Gerais. Em 2015, ela viu a oportunidade de migrar o atendimento dos seus clientes também para o meio virtual, onde ela vende não só o artesanato que produz mas também as consultas espirituais. “Hoje a minha renda vem quase toda da lojinha online, foi difícil aprender, mas hoje não vivo sem” afirma a comerciante.

Lohanna Pires é outra profissional que soube usar o e commerce a seu favor. Formada em psicologia pela Puc-Minas, ela viu nessa quarentena uma oportunidade de fazer seus atendimentos online. Assim não deixando de ter sua renda e ajudar seus pacientes a lidarem melhor com esse processo em que estamos vivendo um isolamento social. 

Ela comenta que no início seus pacientes não gostaram muito da ideia. O contato com a terapeuta fisicamente faz toda a diferença segundo alguns. Porém, melhor ter um atendimento virtual do que ficar sem, ainda mais em tempos de quarentena que a ansiedade e estresse tomaram conta de maioria da população — acostumada a ter uma rotina corrida.

Profissionais que encontraram a solução no e-commerce comentam como foi embarcar na mudança durante uma a pandemia. Veja:

O cenário ainda é de incerteza e dúvidas, com mudanças importantes acontecendo todos os dias e diversos riscos, como restrições de entregas em algumas regiões e Proibição de trabalho em Centros de Distribuição para evitar aglomerações, etc. Mas de acordo com a revista Exame, os empresários brasileiros consideram razoável projetar que a consolidação do e-commerce no Brasil, que atualmente é cerca de 6%, alcançará 8% ou 10% já em 2020 — um crescimento que era previsto para daqui a três ou quatro anos. As empresas, das pequenas às grandes e das mais às menos digitalizadas, sairão da pandemia com um novo jeito de vender.

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