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Edição Jornalística – PUC Minas

Economia

Trabalho e estudos remotos na quarentena

Com este novo cenário mundial, muitas empresas adotaram o home office, para proteger seus colaboradores. A rotina de estudantes de todo o mundo, também mudou completamente com a nova rotina de ensino a distância.

Ana Luísa Belo, Bruno Carvalho e Luiza Maia


Para não paralisar suas atividades, muitas empresas colocaram seus colaboradores para trabalhar em casa.

Há 3 anos, uma pesquisa da Gallup, empresa de pesquisa de opinião dos Estados Unidos, constatou que 43% dos profissionais empregados no país eram adeptos ao trabalho remoto. Na época, as pesquisas indicavam que em uma semana de trabalho de cinco dias, trabalhar remotamente por dois a três dias era garantia de aumento na produtividade. Por isso, o home office,  é presença constantemente em artigos sobre o futuro do trabalho e estratégias de produtividade.

No Brasil, a prática sempre foi pouco difundida. Dados de 2018 apontam que o país tinha apenas 5,2% dos trabalhadores empregados trabalhando em casa. Contudo, a pandemia mundial que está assolando o mundo inteiro causada pelo novo coronavírus mudou essa realidade.

Para não paralisar suas atividades, muitas empresas colocaram seus colaboradores para trabalhar em casa. A medida tomada às pressas fez com que os já habituais desafios se potencializassem. Afinal, uma mudança tão expressiva na jornada de trabalho exige um bom planejamento. 

No entanto, o teletrabalho é possível apenas para 22,7% das ocupações no Brasil. A estimativa foi produzida por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O maior potencial de probabilidade de home office está em profissionais de ciências e intelectuais (65%), seguidos por diretores e gerentes (61%) e trabalhadores administrativos (41%). 

Impossibilidade de home office

Não são todas as empresas que conseguem colocar seus trabalhadores na modalidade home office. Muitos que trabalham no ramo do comércio, por exemplo, sobretudo os microempreendedores individuais, têm sofrido as consequências financeiras da paralisação das atividades. Maria Luiza de Oliveira, de 19 anos, é estudante de nutrição na Universidade Federal de Minas Gerais. Com a paralisação do semestre, voltou para sua cidade natal e está passando a quarentena em isolamento na casa de seus pais. Ela conta que sua família depende inteiramente do comércio e eles estão vendo o reflexo da crise bem de perto, o que tem gerado muitos conflitos. Seu pai é comerciante e está há mais de 2 meses com as portas fechadas, sem conseguir nenhuma renda e com funcionários para pagar. Este é um drama que está sendo vivido por milhares de brasileiros atualmente.

Isaac Pereira trabalha em home office desde março.

Ensino à distância

O regime remoto foi adotado também por algumas universidades privadas no Brasil. O ensino à distância, conhecido como EAD, foi implementado, a fim de fazer com que os estudantes e professores não perdessem o semestre letivo. A maioria das universidades públicas, por sua vez, tiveram que paralisar e não retomaram às suas atividades até o momento. No entanto, o regime letivo remoto tem causado algumas polêmicas. Júlia Costa, de 20 anos, é estudante de medicina em uma Universidade privada de Belo Horizonte. Ela conta que a Universidade ofereceu 2% de desconto na mensalidade para os alunos durante o período da pandemia. Isso tem sido um problema, pois, para quem está enfrentando problemas financeiros neste período, essa redução não soluciona a situação. Além disso, ela conta que o ensino tem ficado extremamente prejudicado, afinal, em um curso da área da saúde, as aulas práticas são essenciais, e no EAD, as aulas teóricas têm sido de qualidade inferior. Muitos alunos já trancaram o semestre, ou por falta de condições financeiras, ou pelo descontentamento com o regime letivo remoto, e a tendência é que mais alunos tranquem o próximo período.


(Geber86/iStock)

Mães em home office

Em tempos de quarentena, mulheres se desdobram em seus lares para, além de manter o seu trabalho em dia, também cuidar dos filhos e da casa. É em meio a computadores, canetas, desenhos, brinquedos e voz de criança chamando a todo tempo que tudo acontece. Ser mãe e trabalhar em home office é um desafio.

Milhares de mães tiveram que se adaptar à nova rotina de home office durante a pandemia

Com as novas imposições diante da pandemia do novo coronavírus, muitas mulheres tiveram que se reinventar do dia para a noite, e continuam se reinventando todos os dias, para que suas extensas jornadas sejam cumpridas. Ser mãe em trabalho remoto exige uma dose extra de determinação, disciplina e organização de rotina, afinal, o trabalho precisa render em meio às distrações. Amanda Alvarenga é professora, fotógrafa e mãe de dois filhos, de 2 e 7 anos e, desde março está trabalhando de casa. Questionada sobre essa nova modalidade de trabalho, Amanda respondeu: “Ser mãe e trabalhar em home office é um desafio, mas também é um privilégio poder trabalhar de casa, olhando os filhos de perto, atendendo-os sempre que possível”. 

Amanda e seu filho Ruan

Como são as leis do trabalho remoto? 

Ficou curioso para saber mais? Afinal, as empresas podem colocar alguns trabalhadores em regime remoto e outros não? Ela deve fornecer os equipamentos? E a carga horária, como fica? Estas e outras dúvidas foram respondidas no nosso podcast: “Trabalho remoto na quarentena”. Clique aqui para ouví-lo:

Confira também algumas dicas para trabalhar de casa:

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