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Edição Jornalística – PUC Minas

Economia

Os impactos da pandemia na economia brasileira


Brasil apresenta queda nos investimentos econômicos e no Produto Interno Bruto, devido ao fechamento de grande parte do comércio

Por: Lídia Caetano, Malu Rabello e Pedro Melo

A economia brasileira está sofrendo fortes impactos negativos, devido a à pandemia do novo coronavírus. Uma das medidas preventivas adotadas, que está contribuindo para a maior crise econômica do mundo é o fechamento por completo das cidades. A atitude, que estava sendo aplicada mundialmente, foi uma recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), para evitar aglomeração de pessoas e diminuir a disseminação do vírus.

Após mais de dois meses com os estabelecimentos fechados, alguns municípios em Minas Gerais, como Belo Horizonte, Nova Lima e Sabará iniciaram a reabertura controlada. Já os estados do Rio de Janeiro e São Paulo, onde o pico da doença foi mais elevado, a quarentena ainda prevalece. O plano de flexibilização do comércio no estado paulista  começou nessa segunda-feira, 1, e a decisão da retomada será das prefeituras.  No Rio, o governador Wilson Witzel participou de uma reunião para analisar a reabertura e as restrições.

Com o funcionamento dos estabelecimentos não normalizado, alguns proprietários tiveram prejuízos e precisaram cortar gastos, como rescindir o contrato de alguns empregados, para manterem o negócio durante a pandemia. Com isso, mais de 1,4 milhão de brasileiros buscaram o seguro-desemprego, aumentando 31% entre os meses de março e abril, segundo dados do Ministério da Economia. Vale lembrar que quem não perdeu o emprego teve o salário reduzido.

Queda no investimento brasileiro

Os anúncios de projetos de investimento no Brasil caíram de forma expressiva, entre março e abril, devido à pandemia da Covid-19, demonstrando uma incerteza extrema sobre os negócios. Segundo dados compilados pelo Bradesco, entre os anúncios do setor público e privado, a quantidade oscilava em torno de 100 desde julho do ano passado. Em março, recuou para 75 e, em abril, para 30.

A queda foi tão expressiva que o boletim dos investimentos, divulgado semanalmente,  passou a ser publicado quinzenalmente e com uma diferença importante: boa parte dos anúncios agora refere-se a investimentos do setor público na área de saúde, para iniciativas como construção de hospitais de campanha, compra de respiradores e outros equipamentos para unidades de terapia intensiva (UTIs).

Contudo, o principal motivo para a perda de credibilidade na condução econômica não está na forma como o país está recebendo o impacto da pandemia. Mas como está se preparando para o pós-crise. E, de fato, isso é preocupante.

Caso o país retome os passos da agenda reformista, como deseja e prega a equipe econômica comandada pelo ministro da economia Paulo Guedes, o coronavírus deixará apenas efeitos pontuais na economia brasileira e o país voltará, ainda que lentamente, a recuperação econômica que era traçada antes da à pandemia. Infelizmente não é isso o que tem sido transparecido pelo governo e a falta de clareza perante os planos futuros cria um cenário ainda mais incerto para os investidores estrangeiros.

É nesse cenário que a manutenção da política econômica é fundamental. A crise política que afeta o Brasil fez com que a agência de risco Fitch Ratings apontasse o Brasil como destino negativo para investimentos na semana passada, aumentando ainda mais a possibilidade de crise no país.

Produto Interno Bruto (PIB)

A pandemia do novo coronavírus derrubou o Produto Interno Bruto (PIB), que caiu 1,5% no primeiro trimestre de 2020, de acordo com os números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia  Estatística (IBGE).

Foto: Divulgação IBGE

O isolamento social impõe  mudanças radicais no comportamento  das pessoas. O fechamento do comércio, o setor de serviços (queda de 1,6%) e a indústria ( queda 1,4% ) sofreram forte impacto na economia. O declínio no consumo reflete na produção das indústrias, que também é reduzida. Já o setor agropecuário foi o único que teve a atividade econômica  a crescer em  0,6% no período analisado, com a exportação de grãos.

Essa retração foi causada porque as pessoas deixaram de sair às ruas para consumir, deixando também  de  exercer suas atividades laborais. 860 mil postos de empregos  formais no país, já foram atingidos. A estimativa, segundo especialistas, é de que a queda no PIB neste ano chegue a 5,89%, porém de consequências e magnitudes ainda incertas  e a refletir  nos próximos anos.

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