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Edição Jornalística – PUC Minas

Internacional

Celebrado no mês de novembro, veganismo ganha cada vez mais adeptos ao redor do mundo graças à popularização do tema

Alexandre Goulart, Fabiano Lara, Guilherme Carnavali e Marcus Vieira

No primeiro dia deste mês, foi celebrado o Dia Mundial do Veganismo, prática que busca evitar, ao máximo, o uso de produtos de origem animal. A data, que promoveu diversos eventos e movimentos de apoio mundo afora, serviu, especialmente, para divulgar a adesão exponencial de pessoas de todo o globo ao estilo de vida e para apresentar seus ideais e objetivos àqueles que ainda não os conhecem. Tanto o veganismo, que prega a não utilização de quaisquer alimentos de origem animal, quanto o vegetarianismo, que foca na abolição do consumo de carne, são cada vez mais aceitos socialmente e tratados como tema de grande importância para o futuro de nosso planeta.

Os movimentos vegano e vegetariano tiveram grande crescimento na década atual, período em que pautas de conscientização social e ambiental ganham cada vez mais relevância. Isso se deve, além de outros fatores, à expansão do acesso à internet e ao uso em massa das redes sociais, que permitem que a informação chegue de forma mais prática a um maior número de pessoas. Hoje, 70% de toda a população mundial alegam ter abolido ou estar tentando diminuir o consumo de carne, de acordo com um estudo realizado pela GlobalData e publicado pela revista Forbes. O levantamento mostra, ainda, que, nos últimos três anos, houve um aumento nos Estados Unidos de 600% no número de pessoas que se consideram veganas. O grupo com maior responsabilidade por esse crescimento seria, segundo a pesquisa, o dos Millennials, geração que nasceu entre os anos de 1980 e 2000.

Ruth Berbert, estudante de 22 anos, revela que desde criança já mostrava simpatia pelo movimento vegetariano. Entretanto, foi aos 16 que aboliu, por completo, o consumo de carne: “Comecei a ter consciência do que realmente significava ter a carne no meu prato. Eu me sentia muito incomodada e até mesmo hipócrita, porque eu jamais mataria um animal, então por qual motivo eu pagaria alguém para fazer esse serviço para mim?”, questiona. A aluna da universidade PUC Minas conta, ainda, que a mudança em seus hábitos não trouxe prejuízos, mas, sim, algumas vantagens: “Não sofri impacto negativo nenhum relacionado à saúde, e, financeiramente, acabei economizando. Eu sou muito feliz com a minha opção e posso dizer que estou fazendo a minha parte”, declara Ruth.

creatarka | iStock (/)

Um dos grandes obstáculos enfrentados pelos movimentos vegano e vegetariano no Brasil vem sendo superado nos últimos anos: o preconceito existente. Por se tratar de um alimento muito tradicional no país – e no mundo, como um todo –, o ato de não comer carne é, muitas vezes, passível de julgamentos e deboches. Contudo, com a popularização do tema, esse discurso está se tornando menos comum. Um dos fatores que contribuem para essa mudança é a conscientização sobre o consumo excessivo de carne realizado pelo ser humano. Em 2018, por exemplo, o Brasil matou mais de 5,77 bilhões de animais para consumo, de acordo com um levantamento realizado pelo IBGE.

Apesar de não ter conseguido, ainda, convencer todas as pessoas, a causa vegana/vegetariana atinge, ano após ano, um maior número de indivíduos. Há quem, por exemplo, não tenha mudado seus hábitos alimentares até o momento, mas admire o movimento e seus ideais. Solange Vieira, administradora financeira de 49 anos, não é vegana, mas está a par da causa e de suas razões: “Não sou consumidora excessiva de carne, mas ainda mantenho em minha alimentação. Apesar disso, reconheço a importância de repensarmos nossos costumes e nossa dieta, em prol do futuro do nosso planeta”, afirma.

Contudo, é necessário, também, alertar para os perigos que uma dieta mal formulada pode causar. Muitas pessoas aderem à prática vegana apenas por modismo e, com isso, podem acabar enfrentando problemas de saúde. Por isso, especialistas recomendam que, antes de excluir o consumo de carne de sua dieta, seja feito um acompanhamento junto a um profissional, como disse a nutricionista Thayane Andrade, em entrevista à TV Sergipe: “Há dúvidas porque é um processo novo e ter um profissional que entende do assunto que seja voltado para a nutrição vegetariana já dá um direcionamento a mais”.

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