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Edição Jornalística – PUC Minas

Esportes

A quatro rodadas do fim do Brasileirão, semana do Cruzeiro é marcada por tensão e protestos

Alexandre Goulart, Fabiano Lana, Guilherme Carnavali e Marcus Vieira

No último sábado (23), o Cruzeiro foi derrotado para o Santos, na Vila Belmiro, encerrando, para os clubes, a 34ª rodada do Campeonato Brasileiro. A Raposa, restando quatro rodadas para o fim da competição, encontra-se na zona de rebaixamento, com somente 36 pontos conquistados. Às vésperas de um confronto de vida ou morte contra o CSA, nesta quinta (28), a semana cruzeirense contou com muita tensão, decisões polêmicas da diretoria e protestos e campanhas do torcedor. 

O Cruzeiro até surpreendeu quando marcou o gol, em linda jogada do lateral Orejuela, e abriu o placar na Vila Belmiro. Entretanto, a confiança dos cruzeirenses em um bom resultado não durou muito tempo. Menos de 10 minutos após o tento celeste, o Santos já igualava o placar e mostrava, com diversas finalizações a mais, estar bem mais perto de uma vitória na partida. E foi o que aconteceu: 4 a 1, de virada, resultado que não impediu que a Raposa voltasse para a zona de rebaixamento do campeonato após a vitória do Fluminense sobre o CSA, na segunda (25). 

Com mais um resultado negativo na temporada, o Cruzeiro precisa, nos últimos quatro jogos, de pelo menos três vitórias para atingir a “pontuação mágica” de permanência na Série A do Campeonato Brasileiro. Contudo, em função do desempenho negativo de mais esquipes, é provável que, nesta edição, sejam necessários menos pontos para que a equipe se livre do fantasma do rebaixamento. 

Independente disso, a torcida cruzeirense está longe de estar “de bem” com o time em 2019. Após um início de temporada esperançoso, com título estadual, ótimo desempenho na fase de grupos da Libertadores e sequência de invencibilidade, o Cruzeiro amarga, hoje, a 17ª colocação do torneio nacional, com aproveitamento de apenas 35,3%. Nos últimos dias, a Toca da Raposa e a sede do clube celeste foram alvo de pichações de protesto dos torcedores. Na última semana, após o empate em casa, com o Avaí, a palavra “sevandijas”, sinônimo de parasitas, foi direcionada à diretoria cruzeirense; ontem, após o último resultado negativo, contra o Santos, outra palavra inusitada foi escolhida para designar os diretores: “quilingue”, que significa corrupção, desonestidade.

O clima na Raposa, que já não andava muito bom em função dos resultados ruins e da pressão da torcida, ainda ficou mais abalado com a declaração do meia Thiago Neves, após o jogo contra o Avaí. O camisa 10 da Raposa afirmou estar jogando com dores, fala que surpreendeu o técnico cruzeirense, Abel Braga, que disse não estar a par da situação. Alguns dias depois, o departamento médico do Cruzeiro comunicou que o atleta não apresenta nenhuma lesão, enquanto o diretor de comunicação da Raposa, Valdir Barbosa, informou que, até o final do torneio, os jogadores não concederão mais entrevistas durante a semana e na zona mista após os jogos. Os atletas falarão apenas na beira do campo, em função de obrigações contratuais com a TV Globo.   

Apesar do momento difícil e dos resultados negativos, ainda há grande parte da torcida que prefira seguir apoiando e acreditando. Após a derrota contra o Santos, no sábado, torcedores criaram a campanha #EsqueceTudoEVem, nas redes sociais, na tentativa de levar um bom público ao Mineirão para a partida entre Cruzeiro e CSA, na quinta-feira. Alguns ídolos históricos da Raposa, como o meia Alex, campeão da Tríplice Coroa, em 2003, e o lateral Nonato, vencedor de Libertadores e de Copas do Brasil com a Raposa, manifestaram o apoio ao time celeste por vídeo e também fizeram apelo para que o torcedor compareça ao estádio contra a equipe alagoana. 

Cruzeiro e CSA entram em campo às 21h30 desta quinta, no Mineirão, em jogo válido pela 35ª rodada do Brasileirão 2019. Em caso de vitória e de tropeço do Ceará ou do Fluminense, a Raposa deixa a zona de rebaixamento da tabela, podendo chegar até a 15ª colocação.

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