Queda do Muro de Berlim completa 30 anos neste mês
Por Yann Santos, Weigley Adriano e Getúlio Neuremberg
Há 30 anos, o Muro de Berlim veio abaixo. Na noite do dia 9 de novembro de 1989, uma multidão munida de picaretas e marretas começou a derrubar a construção símbolo da divisão mundial.
Contextualização
Os tratados firmados após o término da Segunda Guerra Mundial moldaram a geopolítica global. A Alemanha — país que saiu derrotado da guerra — foi dividida entre as potências aliadas.
Em 1945 — logo após o conflito — começou a Guerra Fria e o planeta foi polarizado em dois espectros políticos e econômicos: o bloco ocidental, dominado pela supremacia norte-americana, e o bloco oriental, sob o imperativo soviético.
Em agosto de 1961, o presidente da União Soviética, Nikita Kruschev, mandou construir um muro no centro de Berlim (capital da Alemanha). A barreira dividiu não só a cidade, mas também a Europa e o mundo. Kruschev queria impedir as pessoas da Républica Democrática da Alemanha (território liderado pela União Soviética) de migrarem para a República Federal da Alemanha (território liderado pelos Estados Unidos). O Muro de Berlim tinha 302 torres de vigilância e 127 redes eletrificadas. Além desse aparato, a construção era guarnecida por militares fortemente armados. Ao menos 136 pessoas morreram tentando ir para o lado capitalista do muro.
No bloco oriental, as pessoas conviviam com a fome e com a repressão do Partido Comunista. Numa “economia planejada” (socialista), não há como suprir as demandas da população. Transpor a “cortina de ferro” (o muro) era a única forma de fugir dos males do socialismo. No bloco ocidental, o imperialismo norte-americano financiava ditaduras na América Latina, especialmente a brasileira; interferia em conflitos étnicos e religiosos no Oriente Médio, e liderava corrida armamentista que culminou em guerras, como no Iraque e no Vietnã.
O Muro de Berlim dividiu famílias e trouxe muito sofrimento ao mundo. A queda dessa construção abriu caminho para a reunificação da Alemanha (3 de outubro de 1990) e representou o renascer da liberdade.