Dólar começa em alta, mas tem queda durante a semana
Moeda norte-americana bateu recorde em relação ao Real na segunda, atingindo o número de R$ 4,20, mas cai 0,17% durante a semana.
Ana Paula Cury, Andréia Lomas, Byanca Madureira, Luiz Gustavo Rocha e Nathalia Braz
Após registrar sua máxima na segunda-feira (18), o dólar vem perdendo força no mercado brasileiro. Nessa terça-feira, a moeda norte-americana caiu 0,17% e registrou R$ 4,1988 na venda, nas casas de câmbio, o dólar turismo fechava a R$ 4,40. Até o momento, ainda não houve intervenções do Banco Central.
Na segunda-feira, a moeda americana fechou em R$ 4,2061, com alta de 0,29%, atingindo o seu recorde em relação ao Real, desde 1994. O maior valor do dólar até então havia sido registrado em 13 de setembro de 2018, quando a cotação foi de R$ 4,196.
O dólar turismo chegava a ser vendido a R$ 4,66, em São Paulo, e o valor do euro chegou a R$ 5,16. O chamado dólar turismo sempre pesa mais no bolso do turista comum.
De acordo com Mauro Rochlin, professor dos MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em entrevista ao Diário do Comércio, “Estamos em um ambiente político turbulento. Há uma incerteza maior em relação a como o governo vai conseguir encaminhar as reformas. O mercado vê essa turbulência como um risco aumentado e isso tem reflexo no dólar”.
Além disso, a escalada do dólar está vinculada ao fracasso do leilão de áreas da cessão onerosa de petróleo, no começo de novembro. A ausência de lances das petroleiras estrangeiras inscritas, se deu como um sinal de risco sobre o interesse de investir na economia brasileira.
Ao ser contestado sobre a alta da moeda americana, o presidente Jair Bolsonaro respondeu a jornalistas “Quer o telefone do Roberto Campos?”. Roberto Campos Neto é o atual presidente do Banco em Central.
Repercussão nas redes sociais
Após a alta do dólar, usuários de uma rede social relembraram e ironizaram as pessoas que fizeram parte da campanha “Fora, Dilma”, que acreditavam que o dólar cairia depois de seu impeachment. Nessa época, manifestantes e, coincidentemente, apoiadores de Bolsonaro usaram a economia da época, com o dólar também em alta, como argumento para apoiar a saída da ex-presidenta e a ascensão de Bolsonaro.
Ao ser eleito, o presidente trouxe uma ideia de que a economia melhoraria, consequentemente o dólar estava incluído. Por isso, quando há aumento na moeda, os usuários sempre comentam posicionamentos relacionados a Bolsonaro. Também foram feitos comentários sobre a resposta do atual presidente da República quando questionado sobre o assunto.