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Edição Jornalística – PUC Minas

Cultura

Projetos artísticos colorem Belo Horizonte e dão visibilidade a artistas locais

No meio de tantos prédios, Belo Horizonte ganha vida com as cores que enfeitam os muros nas ruas. Desenhos criados pelos mais diversos artistas formam mosaicos que distraem os belo-horizontinos durante seu caminho diário e criam espaço de incentivo aos artistas locais. Os murais são feitos em grande variedade, para todos os gostos e em diversos tamanhos.

Um bom exemplo dessa expressão artística é o mural que ocupa mais de 1200 metros da parede do conjunto IAPI, localizado entre as ruas Araribá e José Bonifácio, no bairro Lagoinha, região Nordeste da capital mineira. A intervenção faz parte do projeto Gentileza, que é um movimento de apoio à arte urbana na cidade.

O Gentileza Lagoinha é uma iniciativa da Prefeitura de Belo Horizonte que já contribuiu para a criação de mais de 200 murais em toda a cidade e tem como objetivo a requalificação de espaços públicos. A ação dá continuidade ao projeto Telas Urbanas, lançado em 2017.

O representante da Prefeitura de Belo Horizonte junto aos movimentos de arte urbana, Tiago Penna, destacou a importância de propostas como essa, já que o projeto permite a conexão dos cidadãos e do espaço urbano. “O Movimento Gentileza atua conectando pessoas por meio de ações que contribuem para uma Belo Horizonte mais acolhedora e humana para todos”, comenta. Penna ainda completa dizendo que o resultado pode ser percebido de diferentes formas, uma vez que a requalificação do espaço urbano impacta direta e indiretamente na qualidade de vida dos belo-horizontinos.

Outro ponto levantado por Penna é que a arte urbana tem um papel essencial de diálogo e inclusão da cidade entre artistas e cidadãos, permitindo não só que os artistas mineiros desenvolvam seus estilos e linguagem, mas que com isso também transmitam àqueles que vejam as obras fruição e reflexão por meio da arte.

O edital do projeto Movimento Gentileza foi divulgado em julho de 2018 e selecionou 40 propostas artísticas divididas nos mais diferentes formatos como muralismo e lambe-lambe, cartazes espalhados pela cidade como forma de intervenção urbana. As obras serão distribuídas por toda a capital, sendo a maior parte na regiões Centro-Sul e Leste.

Apenas da ação realizada no bairro da Lagoinha participaram mais de 100 artistas belo-horizontinos, entre eles o coletivo Rupestre Crew. O grupo de arte urbana rupestre surgiu no contexto das oficinas de grafite do projeto Guernica em 2000, particularmente na oficina da Pedreira Prado Lopes, segundo o fundador Piero Bagnariol. Ele reforça que o foco do coletivo é mais voltado para atuação junto à comunidade, instituições e grupos culturais.

A Prefeitura vem dialogando com o grafite desde que foi implementado o projeto e isso tem contribuído para uma maior compreensão da arte em Belo Horizonte. “É uma aceitação maior por parte da sociedade”, afirma o fundador após falar da gestão cultural na Região Metropolitana.

Outro projeto que também colore a fachada da capital mineira é o Circuito Urbano de Arte (CURA), responsável por dez murais gigantes localizados na região Central. Todas as obras podem ser vistas do Mirante da rua Sapucaí,  sendo que uma delas tem 56 metros de altura, de autoria da argentina Milu Correch, que leva o título de mural mais alto pintado por uma mulher na América Latina.

O CURA também é responsável pelo mural que exibe a imagem de um galo e uma raposa, figuras que representam a grande rivalidade do futebol mineiro, o clássico Atlético e Cruzeiro. O projeto é um festival que já contou com três edições, realizado pela Pública Agência de Arte, das produtoras culturais Janaína Macruz e Juliana Flores, e pela artista Priscila Amoni.

Produção: Carolina Pontes, Chiara Ribeiro, Gaby Monteiro, Ludmilla Braga, Priscilla Freitas, Rodrigo Machado

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