Empreendedorismo de alunas no Campus complementa renda
Além de ganhar uma grana extra, alunas exercem criatividade de uma forma prazerosa
Empreender na faculdade é uma das opções dos estudantes, seja para guardar um dinheiro, ajudar nas contas ou por prazer. Isabella Lyra cursa História na PUC Coração Eucarístico e o seu grande sonho de profissão após a faculdade, é seguir a carreira acadêmica e ser professora, mas durante o seu curso, surgiu a ideia de vender caderninhos personalizados no campus. Isabella conquistou todo mundo com o seu “Cativar-te”. O que era no início um projeto pequeno, voltado para o público da PUC Coreu, hoje se expandiu e alcançou diversas pessoas por meio do Instagram.
ISABELLA
Antes da marca oficial “Cativar-te” surgir, Isabella melhorou as suas habilidades, fazendo um curso de personalização e produção de cadernos. A estudante sempre gostou desse estilo de caderno “moleskine”, mas sempre foi inacessível, devido a seu preço alto: “A minha mãe que sugeriu que eu fizesse um curso de produção de cadernos para aprimorar a minha criação, achei super legal e resolvi fazer”, afirma.
Durante este percurso, várias amigas de Isabella viram os cadernos, gostaram e perguntavam se ela faria para dar de presente. A partir daí, ela teve a ideia de começar a comercializar suas criações e, desde o começo, já teve vários clientes. Como se trata de tipo de empreendedorismo diferenciado, chamou a atenção logo de cara pela criatividade.
Além disso, Isabella afirma que, para ela, “é bem terapêutico fazer esses cadernos”, não só vende pelo dinheiro, mas pelo prazer de confecciona-los.
Esse é um outro motivo para a jovem estudante ter começado a expandir cada vez mais a sua produção.
“Eu mesma fiz a logo e comecei a marca”, mas quando a “Cativar-te” passou para o Instagram, Isabella precisava de um toque mais profissional, por isso contou com a ajuda da sua amiga, estudante de Publicidade, para melhorar o branding: “Eu troquei de logo, e arrumei todo o Instagram, fiz até um sorteio para comemorar”, Isabella completa dizendo que o seu maior público hoje, se encontra nessa plataforma, agora, é o espaço que ela mais vende os seus caderninhos.
O processo de criação não é fácil. Por já ter muitos produtos artesanais deste tipo no mercado, Isabella procurou fazer algo diferenciado, “meu objetivo era fazer cadernos personalizados, porque a pessoa pode escolher o que ela quiser, por isso acho muito especial você ter um produto que é a sua cara”, afirma.
O processo é interessante: a pessoa que deseja ter o caderno entra em contato pelo Instagram, conta quais são as expectativas, o que ela desejaria no produto (a cor, o fundo, a estampa, tipos de desenho ou temas), pode ser também uma arte própria da pessoa.
Isabella faz essa arte durante cinco dias úteis e entra em contato para ver se a pessoa aprova ou não o projeto, “apenas depois desse processo que a pessoa faz o pagamento”. Assim que aprovado, são trinta dias úteis para o caderno ficar pronto, pois ela o costura, manda para a gráfica e, assim, finaliza a sua produção.
A estudante pretende reformular estas etapas da produção para ajudar na sua renda, visto que, atualmente, a produção por ser muito cara, não ajuda tanto no pagamento das contas.
KARINE
Karine Souza estava no primeiro período do curso de fisioterapia quando começou a passar por problemas financeiros. Sua mãe foi demitida de seu emprego e a estudante teve que começar a pensar em uma forma de complementar a sua renda. Desde pequena, Karine conviveu com uma família que adorava cozinhar doces, então, achou que seria uma boa ideia começar a produzi-los para vender na faculdade nos períodos do intervalo.
“Comecei vendendo apenas brigadeiro para meus colegas de sala e depois divulguei por meio do Instagram. A quantidade de pessoas comprando começou a aumentar e, quando vi, tinha que começar a produzir todos os dias”, conta. Hoje. Karine vende brigadeiro, casadinho, palha italiana e brownie.
Apesar da boa repercussão do seu trabalho, a estudante enfrenta algumas dificuldades como: falta de tempo, cansaço e aumento do preço de produtos. Karine conta que gasta por dia quase 4 horas na produção dos seus doces: “Com isso, acabo tendo pouco tempo para relaxar no meu dia e, às vezes, até mesmo, não consigo estudar”.
A pequena empreendedora vende seus doces por um preço fixo de 2 reais. Contudo, por mais que seja vantajoso para as vendas manter um valor invariável, já que assim ela passa a fidelizar seus clientes, ela começou a ser prejudicada pela enorme variação dos preços de alguns produtos que utiliza. “O leite condensado muda bastante de preço, isso complica porque ele é a base para produção de vários doces. Então tem dias que consigo lucrar e outros que acabo não lucrando tanto. É complicado”.
Mesmo com essas dificuldades, Karine quer continuar por um bom tempo com sua venda de doces. Seu sonho se expandiu e, hoje, se vê trabalhando com isso no futuro: “Penso muito em abrir uma loja de doces mais para frente. Sei que tenho o talento, só preciso aprender a trabalhar melhor com a gestão”.